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quinta-feira, 3 de março de 2005

Um único cravo branco


- Moça, eu quero uma flor para meu tio.
- São dois reais.
- Eu só tenho um.

Foi no meio desse dia triste de despedidas que eu vi e participei da cena mais doce do dia, doce pelo contraste pungente entre o salgado das lágrimas de muitos ali presentes e a doçura brotando do coração de uma criança que pela primeira vez se deparara com a morte. A mulher fitou Ângelo, seis anos, por alguns segundos.

- Pode ser. Tá aqui um cravo branco.

Eu observava a cena de longe. Ele tinha me dito que queria saber o preço das flores. Eu, com minha mente robotizada de adulto, associei imediatamente 'flor' às várias coroas de flores que choviam naquela tarde vindo dos amigos mais distantes de meu tio - 'muito caro', respondia o robô que habita em mim.

- Dindo, eu quero.
- Tá bem, Ângelo. Vá, compre sozinho. Fico aqui te olhando. - Respondi, já reconhecendo que aquela seria uma bela oportunidade de vê-lo crescer um pouquinho mais.

Ele chegou com o cravo branco, todo feliz. Peguei-o na mão, voltamos até o caixão e ele depositou a flor, todo orgulhoso, no peito do meu tio. Um grande homem se ia naquele dia e um pequeno grande homem dava seus primeiros passos ali, a olhos vistos. Saiu orgulhoso da sala, olhou para mim e abriu um sorriso. E se não lhe faltassem aqueles dentinhos, eu poderia ter confundido aquele garoto de seis anos com um velho senhor orgulhoso de ter dado de coração toda a sua fortuna para transformar um dia cuja tristeza ele nem entendia direito num jardim feliz e de uma flor só.