Subidas
"Ter liberdade é saber que você é a consciência por trás do pensamento"
(Eckhart Tolle)
É como uma fortaleza em ascensão, uma pontiaguda torre que, corajosamente, aponta para o alto. Quem vê de baixo, exatamente desse ângulo, tem a impressão de que ela sobe em altíssima velocidade e que não vai parar. Mas um momento ela pára. Pára porque ainda não pode alcançar os céus.
A torre que ascende. Vista de baixo parece impossível de ser alcançada posto que seu fim é inalcançável pelas mãos. Vista do alto, nos momentos em que o silêncio permite tocar o que achamos que seria o fim do processo, dá vertigens de menino novo que começa a andar e, sem saber ainda usar de forma coerente os pés, cai. Vista de longe, pela perspectiva do outro, a torre nada mais é que uma ilustração, fácil ou difícil de ser retraçada, a depender dos talentos que o desenhista supõe ter. De qualquer ângulo, uma torre. De qualquer ponto, a ascensão.
Procuram-se em livros, em rostos, em frases, em gestos, em Mestres. Mas o alto só se alcança quando o elevador que te leva às alturas torna-se inútil. Porque ao topo desta torre não se chega levado. Lá não se chega levado pelas asas alheias, mas pelas suas próprias asas, recém criadas, recém derivadas de pés e mãos calejados de tanto pisar e tocar chãos de asfalto quente.
(Foto ilustrativa: Elevador Lacerda, by Leo Costa)