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quarta-feira, 9 de março de 2005

Um Joseph que era José

Nóis ganha pouco, mas se diverte. Vejam que hoje eu estava dando a primeira aula do semestre para meu grupo de pós-graduação no UEC e me entra esse aluno atrasado. Senta e aguarda mais ou menos uns 15 minutos até que seja a sua hora de falar:

- What’s your name?
- Joseph. Errr. José Carlos – que legal, pensei, bom aluno, já pensa até o próprio nome em inglês.
- So, Joseph, are you a new student here?
- New? Uh… yes. New.
- When did you finish book six and why did you decide to take a course on writing and reading?

Olha para os lados, como que pedindo ajuda. Achei normal, afinal de contas um tempinho sem contato com a língua causa estes tipos de embaraços.

- When did you finish book six and why did you decide to take a course on writing and reading? – repeti sem parafrasear, não tinha nada demais naquela frase, em termos de dificuldade, para um aluno da pós.

Olha de novo para os lados, os olhos já pedem socorro. Não sai nada. Eu, finalmente, caio em mim.

- Are you sure you are in this class? – perguntei ainda em inglês, mas já com uma expressão corporal mais clara, avantajada. Em treze anos de ensino nunca me aconteceu isso.

Levantei-me da cadeira e, ato contínuo, puxei Joseph para fora da sala, pedindo licença aos alunos. Puxei pelos braços mesmo, eu já estava constrangidíssimo com a situação. É que eu tenho vergonha alheia.

- Você tem certeza que essa é a sua sala? Cadê o papel da sua matrícula?
- Professor, sou aluno novo aqui.

Ele era livro um, iniciante dos iniciantes. Desabei: não sabia se ria ou se chorava pela vergonha que Joseph passou.

- Pôxa, teacher, desculpe aí.
- Desculpe você, Joseph. Mas rapaz, você veio logo escolher a sala mais avançada que existe na escola nesse horário?

Joseph riu de constrangimento e se retirou em busca de sua verdadeira sala. Eu entrei em sala, de volta, e a atividade para quebrar o gelo do primeiro dia de aula tinha acabado de acontecer espontaneamente. Precisei de uns quinze minutos para me refazer. Eu simplesmente não conseguia parar de rir. O cara ficou uma eternidade ouvindo todo mundo falando inglês, sem entender nada, na sala que supostamente era a dele. Eu fiquei imaginando o que passou na cabeça do coitado. O mínimo deve ter sido algo como : “Esse semestre vai ser um inferno na minha vida.” ou “aqui fazem trote para calouros, é?”

Ai, ai.