Sobre o poder do silêncio
A gente vive dando comidinha a ele. Ele pede e a gente dá. E ele é insaciável. E é um trabalhão tentar desbravar os meandros dessa fome que não passa.
Mr. Ego: pretensioso, faminto, devorador. Utiliza-se da mente para dar desculpas e se vitimizar. Só se contenta com a insatisfação. Para ele, só serve a instabilidade, porque é ele quem a gera e, dela, ele mesmo se abastece. Tem como parceira a não menos poderosa Mente, que é a responsável direta pelas argumentações intensas. Jogadora igualmente sôfrega, não desiste nunca, ou quase nunca. Para cansá-la, luta-se, tendo como parceiro o Silêncio, poderoso por possuir as artimanhas necessárias para calar a influente Mente.
***
Você convida a pessoa-alvo para dar umas voltinhas. Recebe um não. Imediatamente o Mr. Ego começa a jogar argumentos do tipo: ‘isso só acontece com você’, ‘você é um pobre coitado’, ou pior ainda: ‘essa pessoa aí não vale nada, quem já viu recusar um convite seu? Ela não sabe o que está perdendo.” Na primeira, você é o pobre coitado, na segunda, o todo-bom. Nas duas, uma vítima.
Mr. Ego é o que é porque ele tem a Mente como aliada. Ele é o que é porque ele julga, ele se retroalimenta com seus próprios argumentos. Para combater o Mr. Ego vêm a aceitação, o distanciamento, o Silêncio.
E não é fácil. Se a gente leva uma topada, somos a vítima do pé da mesa; se o ônibus está cheio, vítimas da nossa pobreza; se não venta, morar em Salvador é uma merda; se chove, não faz outra coisa nessa cidade. E o Mr. Ego se alimenta, enche a pança, enquanto o que realmente importa, que é o que de fato nós somos, fica por aí, escondido em um canto qualquer, esperando um resgate, uma salvação.
(Tenho experimentado ir fundo, fazer até a última pergunta – porque sei que para essa não há resposta -, sem medos, eu quero entender porque de verdade me sinto assim ou assado em determinado momento ou situação – tenho tentado não aceitar os argumentos de sempre, ido além do trivial e do que já considero como verdade. A tendência é que a resposta venha e, com ela, a verdade e o poder de saber que existe, acima do ego, um senhor mais poderoso.)
Mr. Ego: pretensioso, faminto, devorador. Utiliza-se da mente para dar desculpas e se vitimizar. Só se contenta com a insatisfação. Para ele, só serve a instabilidade, porque é ele quem a gera e, dela, ele mesmo se abastece. Tem como parceira a não menos poderosa Mente, que é a responsável direta pelas argumentações intensas. Jogadora igualmente sôfrega, não desiste nunca, ou quase nunca. Para cansá-la, luta-se, tendo como parceiro o Silêncio, poderoso por possuir as artimanhas necessárias para calar a influente Mente.
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Você convida a pessoa-alvo para dar umas voltinhas. Recebe um não. Imediatamente o Mr. Ego começa a jogar argumentos do tipo: ‘isso só acontece com você’, ‘você é um pobre coitado’, ou pior ainda: ‘essa pessoa aí não vale nada, quem já viu recusar um convite seu? Ela não sabe o que está perdendo.” Na primeira, você é o pobre coitado, na segunda, o todo-bom. Nas duas, uma vítima.
Mr. Ego é o que é porque ele tem a Mente como aliada. Ele é o que é porque ele julga, ele se retroalimenta com seus próprios argumentos. Para combater o Mr. Ego vêm a aceitação, o distanciamento, o Silêncio.
E não é fácil. Se a gente leva uma topada, somos a vítima do pé da mesa; se o ônibus está cheio, vítimas da nossa pobreza; se não venta, morar em Salvador é uma merda; se chove, não faz outra coisa nessa cidade. E o Mr. Ego se alimenta, enche a pança, enquanto o que realmente importa, que é o que de fato nós somos, fica por aí, escondido em um canto qualquer, esperando um resgate, uma salvação.
(Tenho experimentado ir fundo, fazer até a última pergunta – porque sei que para essa não há resposta -, sem medos, eu quero entender porque de verdade me sinto assim ou assado em determinado momento ou situação – tenho tentado não aceitar os argumentos de sempre, ido além do trivial e do que já considero como verdade. A tendência é que a resposta venha e, com ela, a verdade e o poder de saber que existe, acima do ego, um senhor mais poderoso.)
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O que estou lendo: O Poder do Silêncio, de Eckhart Tolle e The New York Trilogy, de Paul Auster.