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sábado, 12 de março de 2005

Bom de alma


"Se resolver fazer surpresa, deixei as chaves embaixo do xaxim."
Vanessa da Mata

Tinha um raio de sol no palco, que iluminava o meu coração. O cabelo dela é de bombril ou de nuvem, não sei. O que sei é que esse raio brilhou diretamente aqui no lado esquerdo do meu peito. Angelical, elegante, talentosa, dona. Dona daquilo tudo: de sua música, de suas letras, de seu palco, de seus pés no chão. Ela é dona de tudo; ela mostra com detalhes que a boneca no palco tem manual sim. Pelo menos para os menos atentos, que talvez não enxerguem com tanta facilidade as instruções que seu próprio olhar dá. As instruções estão implícitas, e cada vez que o espectador atento vê uma maneira de usar o show - sem a intervenção explícita do manual -, uma lágrima cai. E muitas lágrimas caíram, admito.

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O show de Vanessa da Mata é diferente. É diferente porque é bom, mas bom de alma, não só bom de técnica. Vanessa fez aquilo tudo com o coração, e quem captou isso captou a essência do encontro. Quem, de fato, encontrou Vanessa nessa noite chorou, em algum momento, em qualquer momento, porque houve momentos divinos. Quem teve a sorte de captar a divindade, repito, chorou, como eu.

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Vanessa teve a sensibilidade de tocar seus sucessos, porque todo mundo que vai ao show dela com certeza quer ouvir sucessos como 'Nossa Canção'. Mas ela não cantou essa canção, mas a tocou de uma forma que nem eu, nem ninguém, tinha ouvido antes. É por isso e por outras que o show é bom de alma: ela não só dá o presente. Ela embrulha com carinho.

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E foi com carinho que ela deitou no palco ao cantar Cabolcla, foi com bondade de alma que ela regravou 'História de uma gata', foi com ternura que ela se iluminou toda ao cantar - que iluminação é aquela? -, foi com humor que ela explicou a letra de 'Não me deixe só', foi com inteligência que ela reinventou 'Eu sou neguinha?', foi com verdade que ela cantou para homenagear a Bahia, foi com a alma mais limpa que ela disse que se sentia benzida aqui na terra da sua vó.

Imperdível. Corra atrás do próximo show aqui, ou na sua cidade e compre logo na primeira fila.

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Final de noite delícia no MISS MODULAR. Nunca tinha ido, amei - tirando o calor, é claro. Aliás, que calor é esse que tá fazendo?

(Vanessa repercutiu tristeza e felicidade dentro de mim, me inundou de lágrimas quando cantou aquela música que diz que eu não sei onde estou, e naquela hora eu me dei conta do quanto eu quero muito me achar, me dei conta do quanto todos andamos perdidos, sem rumo, sem ida, sem volta, no breu. É triste a constatação, mas sejamos honestos com nós e com o nossos mapas perdidos, esquecidos: na maior parte do tempo - me desculpem os que têm bússolas - mas na maior parte do tempo estamos sem direção.)