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segunda-feira, 29 de agosto de 2005

Ao vento

Tem uma árvore no sítio da minha família que cresceu muito. Ela é alta e pouco complexa: só há folhas e um longo caule que balança ao vento como se fosse a qualquer momento cair, desmoronar, virar um punhado de folhas secas no chão, sem sentido algum.

A boa notícia é que essa mesma árvore já começou a criar galhos inferiores e de perder a sua fragilidade. Os galhos crescem e ela cria uma copa, que lhe deixará muito em breve mais forte e frondosa e o vento passará a sacudi-la, nos momentos de tempestade, e nada acontecerá, a não ser um belo sorriso de árvore, que na realidade sempre soube que encontraria sua base, sempre soube que um belo dia iria ver brotar de seu único e longo caule outros caules igualmente finos e frágeis que cresceriam, dando-lhe sustentáculo, base.

Ontem eu a observava, com meu pai, que há meses atrás se demonstrava preocupado. Com o nascimento dos novos caules, ele suspirou aliviado, em uma frase que não me sai da cabeça:

- Toda árvore está aí para encontrar seu caminho. E com essa, apesar de tardio, o caminho apareceu.

Ser árvore e encontrar um caminho.” Valeu, painho.
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Eu ouvia hoje uma palestra de Trigueirinho. Ele abordava o tema “Sofrimento”, aliás tema muito interessante, já que a vida de todos nós, sem exceção, tem momentos em que a dor chega.

E ele disse coisas interessantes. O sofrimento, por exemplo, é o caminho que a Alma encontra para evoluir, depois que outros recursos menos dolorosos são desprezados – por nossa ignorância mesmo ou por outros motivos.

O primeiro dos outros recursos é a Razão, ou o entendimento racional da necessidade de agir desta ou daquela forma através do mental superior, ou seja, a mente que tudo sabe, diferente da inferior, que é manipuladora, egóica.

O segundo é a Intuição, a voz da alma, que despreza e ignora condições exteriores e, quando fala, nos dá a impressão de ‘saber’ sem um porquê aparente. ‘Saber’, aqui, vem em um estalo, um clique.

O terceiro, segundo ele, é a Instrução, que dá as coordenadas para agir desta ou daquela forma depois que escolhe-se um caminho.

Infelizmente, a maioria de nós passa batida por estas três opções e esbarra no sofrimento. Não me julguem daí como um ‘defensor da necessidade de sofrer para redimir pecados’. Não é nada disso, primeiro porque sequer acredito em pecados, apesar de acreditar na possibilidade de redenção. E, para redimir-se, é preciso entrar em uma viagem profunda em nós mesmos, explorando saídas, significações, situações. É preciso ligar a lanterna direto nos olhos, assustando as pupilas inertes pelo longo sono, é preciso ouvir-se mais e mais vezes, voltar-se para dentro, silenciar-se em respeito ao que se sente, entender os sinais da dor. Quando dialogamos com a nossa dor, vemos ela arrumar as malas aos poucos e começar a partir. Quando a consciência ilumina o espaço onde o sofrimento age, ele começa a desaparecer. Porque o sofrimento é o medo materializado na dor, e o medo não resiste à força da consciência.

É preciso, como diz uma grande amiga minha, viver a vida como se estivéssemos dentro de um trem em movimento, sempre – porque a Vida está em eterno movimento. Olhamos pela janela e vemos passar um cavalo, uma montanha, um homem só, uma nuvem que desenhava um velho sonho. Nós no trem, intactos, aceitando o movimento, aceitando o que vem e logo depois passa.
Porque tudo, tudo mesmo, passa. Até nós mesmos. Amanhã terei passado. E você também.
(se alguém se interessou pelo tema e quiser saber como conseguir a fita da palestra, me manda um e-mail: lesabacos@hotmail.com)