Sobre aceitação e entrega
"Deixe que a Vida seja."
(Eckhart Tolle)
É a vida, Leandro, a vida é isso mesmo que você vê passando à sua frente. Tem uma praça, tem flores na praça, tem abelhas e beija-flores sobrevoando as rosas e as acácias - e aquelas outras flores cujo nome são ainda para ti um mistério pela tua ignorância botânica - , tem gente passando, umas vêem e outras sequer põem o olhar na direção das flores que ficam dali exalando seu cheiro e, ao vento, é como se sorrissem. Mas não é por isso, Leandro, que as flores deixam de ser.
Entenda, de lá do alto do prédio, encaixotado a 19º, que as flores não deixam de ser flores por não lhes reconhecerem o perfume. As flores, etéreas e não eternas como você, Leandro, se reproduzem do quase-nada e crescem em velocidades inimagináveis a ti. Por isso, para elas talvez os pés de um destes homens sem atenção e cheios de nós no pescoço, seja no sol, seja na chuva, sejam apenas mais um capítulo no seu destino de flor. Virá outro beija-flor, com bico transbordando de pólen, fertilizará uma outra flor, que fará outra, e mais outra, numa fábrica de perfumes na praça. São etéreas as flores, Leandro, e é daí que brota a sua natureza eterna. Portanto, não se preocupe: o jardim permanece, cresce, e seus olhos, isso eu te prometo: seus olhos não ficarão sem o prazer de vê-las.
Dorme teu sono em paz e, hoje apenas, experimenta não pedir a Deus sonhos cheios de jardins floridos. Os sonhos, eu repito, não serão mais necessários. Lembre-se que existem os beija-flores.
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(eu te digo uma verdade apenas, verdade dita um dia depois de dia cheio de iluminuras, verdade no seu sentido mais puro, posto que à luz plena de um dia de sol. A verdade que vem à tona, que roça os meus lábios, é A verdade, essa verdade que, eu sei, lês nos meus olhos, vês na minha pele, essa verdade que te perfuma o corpo inteiro e te seduz pelo brilho. A verdade, por ser única, é bela, é a própria beleza refeita pelos olhos, bocas, pés, cabelos, pele, cheiro e toque humanos. Por sermos humanos, percebemos a verdade através de um cristal, em diversas cores, mas translúcida, verdadeira, entregue. A entrega é uma verdade. O pólen em que eu acredito é uma verdade. Esse jardim de corações pendurados no nosso teto é uma verdade. Translúcida, simples, ligeira. Capta-se ela toda no instante que é o Agora. E isso tudo estás prestes a descobrir, por que tudo está imerso e codificado nesse livro que agora carregas contigo.)
Entenda, de lá do alto do prédio, encaixotado a 19º, que as flores não deixam de ser flores por não lhes reconhecerem o perfume. As flores, etéreas e não eternas como você, Leandro, se reproduzem do quase-nada e crescem em velocidades inimagináveis a ti. Por isso, para elas talvez os pés de um destes homens sem atenção e cheios de nós no pescoço, seja no sol, seja na chuva, sejam apenas mais um capítulo no seu destino de flor. Virá outro beija-flor, com bico transbordando de pólen, fertilizará uma outra flor, que fará outra, e mais outra, numa fábrica de perfumes na praça. São etéreas as flores, Leandro, e é daí que brota a sua natureza eterna. Portanto, não se preocupe: o jardim permanece, cresce, e seus olhos, isso eu te prometo: seus olhos não ficarão sem o prazer de vê-las.
Dorme teu sono em paz e, hoje apenas, experimenta não pedir a Deus sonhos cheios de jardins floridos. Os sonhos, eu repito, não serão mais necessários. Lembre-se que existem os beija-flores.
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(eu te digo uma verdade apenas, verdade dita um dia depois de dia cheio de iluminuras, verdade no seu sentido mais puro, posto que à luz plena de um dia de sol. A verdade que vem à tona, que roça os meus lábios, é A verdade, essa verdade que, eu sei, lês nos meus olhos, vês na minha pele, essa verdade que te perfuma o corpo inteiro e te seduz pelo brilho. A verdade, por ser única, é bela, é a própria beleza refeita pelos olhos, bocas, pés, cabelos, pele, cheiro e toque humanos. Por sermos humanos, percebemos a verdade através de um cristal, em diversas cores, mas translúcida, verdadeira, entregue. A entrega é uma verdade. O pólen em que eu acredito é uma verdade. Esse jardim de corações pendurados no nosso teto é uma verdade. Translúcida, simples, ligeira. Capta-se ela toda no instante que é o Agora. E isso tudo estás prestes a descobrir, por que tudo está imerso e codificado nesse livro que agora carregas contigo.)
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