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domingo, 12 de junho de 2005

São Valentino


Já não sei mais por que nome te chamar, ou por quantas vezes terei de tocar-te nos lábios, ou no rosto cheio de óculos, ou no nariz de reflexo condicionado, ou nas costas cheias de pontinhos onde brinco, com água na boca, até sentir-me satisfeito na realização dessa vontade de interagir com você. Já comi a tua presença inteira, já fui longe, lá no fundo dos teus olhos, mas ao que tudo parece, essa viagem, por sua natureza, é a que não cansa, que não nos faz sucumbir à fatiga, é essa a viagem sem destino, sem traçado, sem meta. A viagem dos cegos cujos outros sentidos são obrigatoriamente mais desenvolvidos para que ele aprenda a explorar o outro na forma mais diversa. Hoje, com as solas dos teus pés sob as solas dos meus pés, senti o aconchego do toque inédito, e entendi mais uma vez de onde vem a natureza febril desta viagem e de onde vem esse quê de sem fim, de insaciabilidade.

Eu te quero assim: na minha cama, aos sonos, sonhando nos nossos lençóis, em cima de mim, por inteiro, cheio, vazio, vendo ou me reconhecendo aos poucos, te quero descendo a escada mais íngreme do mundo comigo te amparando aqui embaixo, te quero no despertador às sete da manhã, no cheiro bom da tua boca que vem juntar-se à minha segundos antes que adormeces e te tornas incomunicável. Te quero sério, astuto, inteligente. Te quero folheando as minhas páginas, os meus livros, gravando as minhas músicas, as nossas músicas, te quero meu aluno, me quero teu aluno, quero ouvir teu inglês brotando, sussurrado por mim aos teus ouvidos, repetido de mim pela tua boca, te quero amigo das flores no nosso banho, te quero igualmente cúmplice delas, te quero azul de fome, te quero saciado, te quero às quartas, aos sábados, ou qualquer outro dia em que nosso querer seja mais forte que o calendário. Te quero nesse abraço morno no meio da noite – queria que visses os hormônios dentro de mim, nessa hora – te quero em qualquer dia do ano, ainda mais hoje, nesse dia que eu vou te mostrar, sim, que existem coraçõezinhos no ar, que o cheiro, hoje, é outro, e se parece com o cheiro fresco daquela cachoeira cheia de luz no ar, te quero rindo do meu medo de altura, da coragem que me faltou para olhar para baixo, te quero crescendo nesse espiral de carinho, de vontade, de conversas soltas ao telefone e de falta de assunto quando me olhas, a um centímetro, na cama. Te quero com seus amigos, te quero só comigo, te quero com meus amigos, te quero só comigo, te quero como você se quer, te quero dentro do que sonhas para ti. Te quero como a minha companhia mais presente, a minha fonte de inspiração, meu caminho evolutivo, te quero do jeito que és agora e da forma que prometes ser no tempo que ainda virá. É assim que te quero, porque é assim que eu acredito que se pode querer.