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terça-feira, 31 de maio de 2005

Vôo: o passo que falta


O quanto de intensidade nos é permitido, ou o quanto de intensidade nos permitimos no dia-a-dia? Será que, de fato, sabemos ou nos damos conta da intensidade que há na vida, dos caminhos que percorremos e de suas flores, às vezes minúsculas, mas com tanta beleza? Qual o tamanho da parte de nós que vive o agora, que vence o medo, que anda de olhos fechados em um precipício, que abraça com vontade quem gosta, que segura na mão tocando todos os poros possíveis, todas as entranhas? Quantas entranhas temos tocado, quanto desse sumo tem nos alimentado? Que medo é esse, meu Deus, que corta na superfície, que restringe, que poda?

Não conheço, obviamente, toda a intensidade da vida, e por isso tenho uma vaga impressão de tempo perdido. Não desperdiçado, mas perdido no sentido de pouco usado. É o medo. Saí de moto e fechei os olhos. Eu, que sempre tive medo de motos, de motoqueiros irresponsáveis, eu, logo eu, tão frágil nessa carne e nesses ossos de gente que se fere fácil. Soltei os ferros, olhei para a chuva, deixei o colírio dos céus inundar meus olhos na esperança de que aquela droga me desse nova visão; foi transe, foi encontro, foi insight. E nasceu o embrião desse post, porque a droga líquida que caiu do céu me fez rever a cena, me fez tocar uma realidade e me dar conta de que ela sempre existiu.

A outra cena é a da cachoeira logo ali, pedindo o pulo. Água negra, água escura de tanto mistério e matéria orgânica – ela sempre esteve ali, sempre de passagem, mas a água, uma só, esta continua – chamava-me e eu recusei, não poria em risco a minha vida, pois um pulo dali seria arriscado demais. Intensidade sem precedentes, intensidade final para esta vida. Preferi olhar do alto, escura que é a água da Chapada, cheia de vida que é. Minha intensidade era essa visão, ser intenso era, ali, captar-lhe a matéria orgânica dissolvida e entrar no mistério que se formaria, diante dos meus olhos, se eu resolvesse, num pulo, embrenhar-me da vida que corria naquele jorro.

(Viver intensamente requer uma companhia à altura para os iniciados na arte das intensidades. Como somos todos iniciantes, iniciados, todos estamos a um passo do fim. Esse passo que falta para o reinício ou início suave de tudo é mais extenso, mais curto, não sei. Isso é tudo o que sei: que o que falta é um passo, só um passo enfim, por fim, ao fim.)