Um post a R$ 2
“A maior recompensa que se recebe por um ato de doação é descobrir-se capaz de doar-se.”
(Conversando com Deus – citado, por mim, de memória)
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"- Bem, a telespectadora X de tal lugar diz que tem um namorado de nome Fulaninho, a quem ela ajuda demais e ama muito, mas que nem sequer lhe agradece pelas bondades que recebe dela. Ela quer saber como agir nessa situação.
- Minha filha, continue amando e ajudando. Amar é uma doação, não um negócio."
(Conversando com Deus – citado, por mim, de memória)
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"- Bem, a telespectadora X de tal lugar diz que tem um namorado de nome Fulaninho, a quem ela ajuda demais e ama muito, mas que nem sequer lhe agradece pelas bondades que recebe dela. Ela quer saber como agir nessa situação.
- Minha filha, continue amando e ajudando. Amar é uma doação, não um negócio."
(Entrevista concedida hoje pelo médium Divaldo Franco no Bahia Meio-Dia, programa da TV Bahia)
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Menti para vocês. Confesso que, pelo lirismo de um post (Através dos vidros fechados, de 17/03) eu menti. Na realidade aquele menino não recebeu sequer uma moedinha de um centavo de mim, ele não recebeu nada, a não ser, talvez, um breve sorriso de quarta-feira.
Tenho que assumir a mentira porque hoje foi diferente. Passava pelo mesmo sinal, só que com um sorriso de quinta-feira - só isso já me abre as janelas sensoriais, já me alarga a alma – e o mesmo menino estava lá, com talvez ainda os mesmos cocos catados num lixo qualquer. E a cena enquadrou-se na minha tela e vi a ilustração do que escrevi aqui. O menino terminou o espetáculo, educadamente agradeceu ao público e fez o que faz sempre: esperou que uma alma lhe desse os dez centavos de sempre ou de quase nunca. Lembrei da mentira e peguei duas daquelas moedinhas de duas cores – ultimamente estou muito generoso com o universo como forma de gratidão pela sua generosidade comigo – chamei o menino e lhe entreguei nas mãos.
- Pô, tio!!! Obrigado! Valeu mesmo. – Olhou de novo nas moedas. Não acreditava naquilo. Pela hora da noite – já passavam das onze – ele já tinha, talvez, perdido as esperanças.
Afastou-se do carro e acenou para algum colega do outro lado da rua. O garoto sorria de uma forma que não se imagina que um garoto daqueles pode sorrir.
Aquele garoto me salvou. Primeiro porque eu ainda não sabia sobre o que seria o post de hoje, segundo porque ele sorriu para mim, terceiro porque ele me obrigou a desfazer uma mentira. Uma mentira literária, é claro. Os deuses que protegem os blogueiros já haviam me perdoado de qualquer forma., mas não vou mentir que aquele sorriso lindo perfumou a minha alma.
Hoje tem dois!