<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d8639429\x26blogName\x3dDi%C3%A1rio+Evolutivo\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dTAN\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://evoluirefluir.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_BR\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://evoluirefluir.blogspot.com/\x26vt\x3d-7690663095198134269', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>







sexta-feira, 15 de abril de 2005

Sobre velhos rastros

Quanto de mim terei de te emprestar para que realmente aquele velho Leo possa calçar os meus sapatos de hoje e ver o que vejo, sentir o que sinto, amar como eu amo? A nuvem que estava aqui se dissipou, mas deixou outra mais espessa, que me apavora os sentidos emudecidos pelo seu som de trovoada por vir. Não entendo o sentido que há nisso, não entendo a procura desfeita, não entendo esse cessar inesperado. Luto no escuro com um inimigo que sequer conheço, travo batalhas com guerreiros de séculos atrás, emudeço-me ao som dos gritos de horror, grito nos meu próprios ouvidos, mas não me reconheço. Não me reconheço nessa velha estrada de antes, não me reconheço como antes eu era, não me reconheço como o que um dia eu quis ser. É um reencontro apenas. Comigo e com o tempo que se esvaziou e escorreu pelos dedos. Um encontro com meus seis sentidos renovados, envelhecidos, enrugados. Meus sentidos estão aqui, a paisagem esta aqui, mas algo mudou.
***
As ruas de Itabuna, que foram minhas durante um ano, estão novamente sob meus pés. Numa breve visita às suas velhas e mal-tratadas calçadas, reencontrei rastros meus, que só reconheci como meus de fato pela simples presença dessa minha memória adormecida. O rio está lá, a ponte ainda de pé, as árvores mais frondosas, há uma nova praça e novos e antigos namorados ainda estão de mãos dadas. Muda a praça, mas alguns deles ainda estão ali – pelo menos até onde percebo. A minha falsa e imodesta impressão me fez pensar por algum tempo, – especificamente durante esses quase três anos e meio que separam o último dia que pus os pés aqui deste quinze de abril – como que num sonho sem sentido, que as coisas por aqui parariam pela minha ausência. Num tapa que me dói as bochechas, a cidade me mostrou que avançou, atrasou, mas não ficou no mesmo lugar. As pessoas, num truque de mágica, permaneceram, outras foram, como eu, mas a velha cidade grapiúna continua. Saudades, saudades. Não adiantaram mil visitas aqui para aplacar essa falta que sinto.(Passeios noturnos, Tati, sono vespertino, vida de interior, empregada prendada). Isso tudo não volta. Só volto eu, renovado, mais enrugado, mais sábio. Volto, revolto, faço, desfaço. As ruas ficam, o cheiro fica, mas eu que queria tanto ficar, não fico.