<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d8639429\x26blogName\x3dDi%C3%A1rio+Evolutivo\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dTAN\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://evoluirefluir.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_BR\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://evoluirefluir.blogspot.com/\x26vt\x3d-7690663095198134269', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>







terça-feira, 5 de abril de 2005

Rodo e esponja

Existem dois lados no instrumento. Um lado é a esponja, a parte que absorve a água – a parte integrativa, a que permite a atuação no meio, a que faz a outra parte mais dura deslizar e que torna possível a existência do instrumento por sua função lubrificante e facilitadora.

O outro lado é o rodo. Duro, quase cortante, o que arrasta, retira, exclui. Com ele faz-se a seleção, o abate.

Esses meninos têm nas mãos a representação dos seus destinos. A esponja eficientemente molha os vidros dos carros e faz deslizar o plástico quase cortante. De posse do plástico duro, o que se faz é abatê-los. Sem água, sem vaselina, sem piedade. Exclui-se, não absorve-se. Retira-se como poeira acumulada, como sujo indesejado.

Todos os dias o menino repete o gesto inúmeras vezes. O gesto do seu destino. A sina de repetir o signo sarcástico, a metáfora irônica. A que descreve a sua expulsão do paraíso sem direito a fome aplacada por maçã do desejo.

Quem criou a metáfora mora dentro do carro. Separado por vidros fumês e gestos indiferentes ele vê apenas o menino arriscar a ação novamente em troca de centavos. Passa a esponja, molha. Passa o plástico, retira.

O homem, motorista, intáctil, no carro. O menino, passageiro, volúvel, no asfalto.