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sábado, 9 de abril de 2005

Maquiando mortos

Se tem uma coisa que americano faz bem é série para TV. Quem tem acompanhado esse blog sabe que nos últimos dias tenho me tornado um TV-series-freak (e olha que deixei de mencionar que passei o último domingo assistindo à quarta temporada inteira de Sex and the City). Quem leu o post de ontem sabe que a bola da vez é o ótimo Six Feet Under, ou A Sete Palmos aqui no Brasil.

A série gira em torno da família Fischer, dona de uma funerária em Los Angeles. Nos EUA é muito comum o trabalho de restauração e embalsamento de cadáveres porque os funerais lá duram dias - algo levemente parecido, uh, com toda essa celebração que vocês viram ontem na TV, sobre a qual recuso-me a comentar aqui. Pois bem, a começar pela contextualização do seriado, já se tem algo único, incontestavelmente original. Eu fico aqui imaginando como seria crescer em uma casa onde todos os dias, invariavelmente, tivesse que me deparar com um funeral - isso mesmo, a família mora na mesma casa onde funciona a funerária. A todo momento o contato com a tristeza e a energia da perda: gente chorando, gente gritando, desarmonias. Se ir a um enterro uma vez ou outra na vida já é um horror para muitos de nós - não digo todo mundo porque, eu sei , tem gente que a-do-ra enterros -, um desgaste imenso, imagine ter isso como trabalho, como ganha-pão.

De cara, além de original, o tema é muito difícil. Abordar semanalmente a morte e ainda fazer sucesso não é fácil. Precisa-se de mãos e cabeças hábeis e uma dose generosa de sensibilidade.

***

Tem uma cena interessantíssima em que Ruth Fisher (a mãe), uma mulher sexagenária, resolve trabalhar em uma floricultura. No meio do expediente, enquanto chorava em prantos, é flagrada pelo chefe:

- É o cheiro das flores. São mais de 35 anos convivendo com esse cheiro. E, para mim, ele sempre significou o cheiro da morte, da tristeza. - explica Ruth, em prantos, o motivo das lágrimas.

- Não se preocupe, com o tempo você acostuma - responde o chefe.

- Não, eu já estou acostumada. E amando descobrir que esse cheiro é também o cheiro da felicidade. Saber que as flores também enfeitam batizados, quartos de recém-nascidos, casamentos. É como se tivesse me esquecido disso. Estou chorando de alegria.

***

E eu estou aqui. Bem, não posso dizer que chorando, exatamente, mas encantado com a beleza da arte, da inteligência e, porque não, da morte.

Bom sábado.