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sexta-feira, 8 de abril de 2005

Leve toque

O ano era 2002 e eu participava de uma conferência de professores de inglês em Belo Horizonte. A palestra era com o interessante Paul Davies, autor de alguns livros didáticos na área. A palestra era sobre velhos hábitos. Ele, com mais de 30 anos de ensino, propunha que fizéssemos uma lista rápida de coisas que repetíamos no dia-a-dia, coisas que, de tão exaustivamente repetidas, já estavam incorporadas de tal forma no nosso inconsciente que obedecíamos de forma automática, sem questionar o valor ou objetivo daquilo.

Na lista dele estavam desde o mero Good Morning, repetido todas as manhãs, até o fato de sempre fechar a porta para dar aula. Passou por pontos polêmicos, como a necessidade de um plano de aula para entrar na sala. Ele batia na própria nuca e argumentava que já estava tudo ali: "não desprezo a necessidade de um plano de aula, mas vocês têm um montante de experiência tal, que numa emergência qualquer podem, sim, dar uma aula abrindo mão de passos bem explicados." Velhos hábitos sendo questionados, papel queimado, mais segurança, mais auto-conhecimento, mais amor à profissão. O tema era intrigante e continua sendo. Aplicável a todos nós, no nosso dia-a-dia automatizado e às vezes cheio de tensões e vontades sem muito fundamento.

***
Vejam isso:

* Já se deu conta de quantos músculos você põe em alerta enquanto, por exemplo, dirige? Observe isso conscientemente e verá como é incrível a quantidade de músculos que colocamos prontos para nada.

* Quantas vezes você já se deparou, em pleno feriado, olhando no relógio e programando, mentalmente, uma hora para fazer isso ou aquilo? O velho hábito de viver para os compromissos, para o relógio, para a escravidão das horas.

* O relógio biológico por vezes nos toma de assalto e, com o botãozinho onde se lê 'velho hábito' devidamente pressionado, nos acorda em pleno domingo às seis da manhã. Como se não bastasse acordar, ainda tem aquele que levanta, se arruma todinho, toma café e depois que entra no carro nota que as ruas estão vazias. 'Caráleo! Hoje é domingo!'.

E assim vivemos, e assim passamos pela vida. Inconscientes, zumbis, pedintes, mendigos do tempo. Passamos pela velha linda paisagem, mas só conseguimos nos concentrar nos dez minutos que restam para chegarmos no trabalho. Trabalhamos de frente ao mar, mas só vemos as nuvens negras que estão prestes a desabar, inundando o tempo. E assim passa um, passam dois, passam três amores. O antigo hábito que tem como referência a velha fotografia do ideal nos corrompe a sensibilidade e embaça os olhos e tudo que olhamos é o que toca o horizonte, distante. O velho hábito de ignorar o próximo, o disponível, o presente.

Aproveite essa sexta-feira, dia mais leve por natureza, e sinta-se, observe-se. Desenvolver a autoconsciência é como passar de leve a mão em si mesmo. O toque vem em mão dupla, envolve a gente num abraço de corpo inteiro e esquenta o coração.

Namasté.
***

UPDATE

Muito orientado para o 'visual', me incomodou demais o fato do site do BLOGSPOT ter saído do ar ontem e só retornado agora, não me permitindo a edição do post. É ótimo vê-lo agora, todo arrumadinho.

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Aproveitando a sexta livre e me deliciando com mais um inteligente seriado americano : Six Feet Under.