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segunda-feira, 11 de abril de 2005

Sobre os desejos e revelações de um poeta fajuto


A minha incoerência, a minha falta de consistência,
a minha completa inconsciência.
A minha rima fácil,
minhas palavras trocadas,
meus textos paridos sem plano, por puro engano,
desgastados com o tempo, solúveis, ingratos.

Intragáveis.

Lidos por fantasmas, pedintes
Passageiros de viagem sem volta
Passageiros de viagens diárias
Amigos que me observam de longe,
Cuja distância não sei sequer medir.

Poeta frouxo
Imodestamente low-profile,
Neologista barato, consultor de sinônimos,
Não pensa, não pena,
Não calunia, mas também não elogia,
Não sabe de onde vem
Não sabe pra onde vai:
perdeu o faro.
(Não tem nem o que de fato tem.)

Queria ler Quintana, entender Clarice,
Roubar as palavras mortas de Drummond
e escrever um blog só de poesias inéditas.
Queria surrupiar as idéias frescas de Saramago
e publicá-las em um livro igualmente inédito de períodos longos
Queria a profissão de criar apenas títulos
Para livros que já foram belamente escritos.


Queria saber contar versos e rimar palavras.
Tem vontade de juntar a imprensa e revelar

Que era ele quem escrevia tudo aquilo
Que os pseudônimos de Pessoa assinavam embaixo
E que na realidade ele é o próprio Álvaro,

Elo pseudo-fictício criado por Fernando.

A sua pretensão é tanta que ele acha
Que apesar da idade ele é um ser de longas datas
Que Raul aprendeu com ele
Antes mesmo de nascer na época de Cristo.

Mas o que ele queria mesmo

Era queimar os arquivos
Que insistem em guardar esses textos velhos
Incendiar tudo
Não deixar um rastro sequer.
Voltar ao que era quando as palavras ainda não sabia
Quando tudo que fazia era chorar choro de fome e frio
Voltar ao momento primeiro da sua vida
Ao toque mudo dos gametas, e começar do zero
respirando apenas o silêncio
Que há nas palavras.