Isca cyber
Algo me diz que um dia serei o par de um fantasma que ronda a minha aura cibernética, adivinha meus pensamentos, penetra nos meus dias, mas, como bom fantasma, não se revela. Sinto que ele se aproxima quando olho no contador e sei que aquele exato número foi o da sua visita, pois passou e deixou um cheiro que me embriaga ao toque do enter. Pensa que não, mas vejo seu rastro, uma ou outra lágrima que deixou escorrer, sinto a sua timidez e sei exatamente de onde vem, para onde vai e onde está fadado a morar para sempre.
Risquei umas palavras aéreas no meu céu virtual e o fantasma comeu a isca. Agora é esperar, pacientemente, para que o sufoco da sua ausência de palavras faça com que ele puxe a linha, me tirando do sono profundo de pescador em barco vazio em que me encontro.
Risquei umas palavras aéreas no meu céu virtual e o fantasma comeu a isca. Agora é esperar, pacientemente, para que o sufoco da sua ausência de palavras faça com que ele puxe a linha, me tirando do sono profundo de pescador em barco vazio em que me encontro.