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terça-feira, 19 de abril de 2005

Empates II – o diálogo com você continua...


Uma nova página em branco, um novo mundo que se abre a uma exploração que eu não sei exatamente qual é. Sinto que o mundo tem explorado tanto e tão devidamente tudo, que me acanho diante do teclado. Muitas vezes prefiro não ter opiniões, principalmente escritas – confesso que documentos me assustam, pois sei que posso ser incoerente e injusto mesmo quando o que escrevo é criado na minha parte mais intensamente verdadeira.

Sou averso a polêmicas, cada toque meu no teclado é um estremecimento na minha alma, o medo de uma possível catástrofe, o medo de um possível confronto. Me guardo entre o comodismo fácil de temas leves e o conforto luxuoso de historinhas infantis, ou de tiradas leves de crianças – que aliás, devido ao trabalho, ultimamente, têm andado muito escassas na minha vida. Me guardo por preguiça, por vontade mesmo de fingir uma vida leve, mas me guardo, acima de tudo, de você que me lê e que eu nem sei quem é. Desculpe, não há ofensa nisso, espero que volte sempre, sim, mas não posso te enganar: eu me guardo de você. Principalmente você que me espia, me admira e volta sempre. Você, a minha dádiva e meu perigo maior, é seu o controle remoto, é sua a visão mais ampla que possui de mim. Você me vê e eu não te vejo, sabe o que te permito saber, mas de você não tenho nem essa pequena mordomia. Você me assusta.

Sei que isso tudo é parte do que imodestamente chamo de truque literário, porque na verdade é a sua não-revelação que me intriga e me inspira. Excita-me a possibilidade de estar sendo minimamente explorado nas áreas da minha casa que abro à visitação. A sua bondade e o perfume que deixa como rastro são sempre bem-vindos. Sei que já te encontrei, sei que já fui visto, sei que já te abracei em um sonho qualquer, e sei que, no fundo, você é dessa casa mesmo, esse mundo nos pertence, esse mundo é um reflexo no espelho de nós dois.

Não quero confrontá-lo nem pressioná-lo pela sua ausência-quase-presente. Não quero sequer que se revele, pois sei que a mínima revelação de quem de fato é pode me fazer perder o sabor desse trabalho inacabado, da surpresa que a tela branca provoca, da música que crio ao toque dessas letras no meu teclado anatômico. Não, não se revele, por favor. Não toque na isca, incuba-se do seu mistério, porque é dele que me alimento, me abasteço.
Então ficamos assim: faça a sua visita silenciosa de sempre, capte o que permito que capte de mim, cheire, toque as palavras, mas não me diga quem é, de onde vem nem o que tem para mim, por favor.