[primeiro]
Repente é musica que sai da cabeça em rimas certinhas.
Poesia é musica que se canta sem instrumento.
Poesia é o chamado de alguém que ama.
Inspiração é um ventinho que passa e se a gente não respira se vai e nunca mais.
Nunca mais é o que começa na última chance.
De repente é gesto livre.
Liberdade é o banho de sol do preso.
Ponho-me então, qual Adriana Falcão, a querer definir tudo isso que vejo lá fora, mas meus gestos são impreciso, sei. Tudo sai sem muito plano e assim deixo que existam sem me preocupar muito em consertos. A minha espontaneidade, por vezes, é a minha grande inimiga, pois a confundo com a preguiça. A minha preguiça se disfarça na crença de que me deixo acontecer. Isso por vezes é bom, mas nas outras agride e machuca, por fim, a possibilidade de melhora das coisas. Meus atos de improviso machucam quem me lê e quem, em vão, tenta me absorver as palavras. Machuca por vezes os que dependem de mim como iniciador e facilitador do conhecimento. A minha preguiça por vezes se disfarça em improviso. A minha potencialidade se esconde no mínimo que sou capaz de criar. Minha busca pela perfeição se esbarra no primeiro encontro do sentido, da métrica, do jeito que me satisfaz. Ensinaram-me um dia – e eu nunca aprendi – que a melhor idéia nem sempre é a primeira. Mas sempre, ou na maioria das vezes, me contentei com o que veio primeiro. Com o primeiro da fila em mãos, ignorei os outros pés cansados e os mandei embora. Não sei quantas chances eu perdi por não tê-los apertado as mãos. Ficam as dúvidas e entre elas, a maior de todas, que foi a que eu escolhi para buscar a resposta, a dúvida de todos nós, inclusive dos que esquivam dela: a dúvida original.
Poesia é musica que se canta sem instrumento.
Poesia é o chamado de alguém que ama.
Inspiração é um ventinho que passa e se a gente não respira se vai e nunca mais.
Nunca mais é o que começa na última chance.
De repente é gesto livre.
Liberdade é o banho de sol do preso.
Ponho-me então, qual Adriana Falcão, a querer definir tudo isso que vejo lá fora, mas meus gestos são impreciso, sei. Tudo sai sem muito plano e assim deixo que existam sem me preocupar muito em consertos. A minha espontaneidade, por vezes, é a minha grande inimiga, pois a confundo com a preguiça. A minha preguiça se disfarça na crença de que me deixo acontecer. Isso por vezes é bom, mas nas outras agride e machuca, por fim, a possibilidade de melhora das coisas. Meus atos de improviso machucam quem me lê e quem, em vão, tenta me absorver as palavras. Machuca por vezes os que dependem de mim como iniciador e facilitador do conhecimento. A minha preguiça por vezes se disfarça em improviso. A minha potencialidade se esconde no mínimo que sou capaz de criar. Minha busca pela perfeição se esbarra no primeiro encontro do sentido, da métrica, do jeito que me satisfaz. Ensinaram-me um dia – e eu nunca aprendi – que a melhor idéia nem sempre é a primeira. Mas sempre, ou na maioria das vezes, me contentei com o que veio primeiro. Com o primeiro da fila em mãos, ignorei os outros pés cansados e os mandei embora. Não sei quantas chances eu perdi por não tê-los apertado as mãos. Ficam as dúvidas e entre elas, a maior de todas, que foi a que eu escolhi para buscar a resposta, a dúvida de todos nós, inclusive dos que esquivam dela: a dúvida original.