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domingo, 7 de maio de 2006

[tua ausência]

Tudo em pause no meu quarto: o DVD, o som, aquela nossa música. Tudo parou, inclusive eu mesmo, em reverência à tua ausência. A tua ausência me pára, me congela, me silencia. Junto comigo param as imagens que me entretêm, as músicas que me levam daqui, num gesto de alívio, para onde estás tu. Tudo parado, tudo imóvel, como que aguardando teu sopro. Até mesmo a luz, ali parada, como sempre, aos nossos olhos nus, já não ilumina tanto quanto quando estás aqui. A tua luz me acrescenta, me impõe velocidade, me tira da inércia, me põe cor nos lábios, saliva na boca, suor na saída de cada poro. A eletricidade que sai de mim nestes momentos de ócio está comprometida no seu fluxo, na sua força, quando não estás por perto. Mesmo que tudo volte a se movimentar quando eu apertar o play, num gesto a mim permitido apenas pela artificialidade da cena repetida, da voz gravada no CD, mesmo assim, o movimento só é completo se estás aqui.

A tua ausência produz o vazio-preenchido, uma incompletude-completa, uma inércia-movimento, um silêncio-tua voz. Há tu, aqui, disso eu sei. Esse é o paradoxo dos meus dias que, mesmo sem ti, são completos, mesmo vazios de tua presença são preenchidos pela certeza de que estás aí, mesmo parados, sonolentos, estão em movimento constante. Como uma criança que segura um carrinho de brinquedo, dou corda nos meus dias e os ponho em movimento. Mas se estás aqui, não é preciso o gesto manual da corda, porque a tua presença já é o combustível, já é a força, já é a estrada.
Não tardará a chegar o dia em que o combustível virá em fluxos constantes, diários. Neste dia, quando haverá apenas eu, tu, nós, pegaremos o controle remoto e, apontando-o para o lado de fora da nossa janela, daremos o pause para o que vemos acontecendo lá fora: e nessa hora será o mundo enquadrado por nós, manipulado por nossa vontade. Será nós dois fazendo nosso filme.