<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d8639429\x26blogName\x3dDi%C3%A1rio+Evolutivo\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dTAN\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://evoluirefluir.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_BR\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://evoluirefluir.blogspot.com/\x26vt\x3d-7690663095198134269', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>







sábado, 13 de maio de 2006

[de boa intenção...]

A peça até que não é ruim. Tem uma boa intenção. Às vezes consegue até fazer rir. Tem um elenco mediano, salvo, no geral, por Eduardo Albuquerque. É apenas uma comédia feita nos moldes que já conhecemos - dos quais muitos de nós já estamos cansados - apenas para dar público e dinheiro. E é exatamente o público que comparece em massa para espetáculos como “Todo mundo tem problemas sexuais” que me preocupa. E o último esquete é o que mais me preocupa.

Para quem não assistiu, a peça é composta por seis esquetes, cada um retratando um ‘problema’ sexual. E a homossexualidade, encoberta pelo título de ‘preferências sexuais’, é um deles. O personagem principal é um rapaz que se auto-intitula “sério e formal”, usa uma camisa de gola rolê, e detesta ouvir palavrões. Conhece uma garota ‘liberal’ e, aos poucos, começa a desvendar, com ela, os caminhos do prazer anal. Isso mesmo: garota começa com os dedos e evolui a escovas de cabelos, etc. E assim se constrói a homossexualidade do rapaz, e assim ele começa a se identificar como homossexual e o público passa a enxergá-lo como tal. Vejam que a sexualidade dele não é construída (revelada?) a partir do que ele é, do que ele faz, do que ele sente. A sexualidade dele se constrói a partir do prazer sexual. Uma generalização perigosa, principalmente para um público que ignora, e por isso discrimina, os homossexuais e suas ‘preferências’. Perigoso, porque sabemos que a sexualidade não se constrói a partir da cama. A cama e o sexo não são os pontos de partida. A cama e o sexo são uma conseqüência dessa orientação. Isso acontece com o hetero, com o gay, com o ‘pervertido’. É óbvio que o personagem já possuía suas vontades, mas isso passa desapercebido pelo público que não pensa muito – mesmo porque essa faceta não é explorada. A superficialidade com que trata o tema só gera mais preconceitos, só reforça o antigo estereótipo, não acrescenta nada de novo, apenas reforça o que já está aí.

Não esperava que a peça desenvolvesse o tema com uma profundidade que, eu sei, não é possível num espetáculo como aquele. Esperava, talvez, um pouco mais de responsabilidade ao tratar um tema complexo como é a homossexualidade. Não poderia esperar outra coisa do teatro do século XXI, feito por pessoas que, eu sei, estão à frente do seu tempo, ou pelo menos mais bem conectados com o presente e o futuro do que o grande público. Dessa vez eu esperava mais. A peça pretende esclarecer, fazer refletir, mas, ao final, o que dá vontade é de distribuir folhetinhos na saída explicando a verdade dos fatos.