<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d8639429\x26blogName\x3dDi%C3%A1rio+Evolutivo\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dTAN\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://evoluirefluir.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_BR\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://evoluirefluir.blogspot.com/\x26vt\x3d-7690663095198134269', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>







quinta-feira, 1 de junho de 2006

[greves]

Sempre me considerei um monge-budista-pós-nirvana no trânsito. Quem anda comigo sabe que sou bem paciente e controlado. No trânsito. Quem anda comigo e me vê, como hoje, dando umas buzinadas irritadas atrás daquele cara que dormiu e não viu que o sinal ficou verde, pode imaginar o quanto o trânsito desta cidade está caótico. Imaginem o que não é preciso para irritar um monge pós-nirvana. Essa é a imagem do caos soteropolitano.
A greve de ônibus em Salvador já caminha para seu quarto dia. O resultado é óbvio: o trânsito da cidade piorou consideravelmente. Quem não tirava o carro da garagem agora teve de tirar. E o detalhe mais interessante é o seguinte: quem não tirava, não o fazia ou porque não queria expor o carro, gastar gasolina, ou porque o carro era velho demais, podendo certamente deixar o dono na mão. E essas velhas carangas estão nas ruas. Paradas, velhas, sendo empurradas, complicando o trânsito e fazendo monges budistas arrancar os cabelos de impaciência. Em cada canto da cidade tem um carro velho, ou muito lento, com o escapamento de fumaça preta e venenosa, ou totalmente inerte, exigindo malabarismos dos motoristas para contorná-los.
Não reclamo da greve. Acho-a necessária, apesar de achar que já está se tornando um tanto longa e prejudicial à cidade. Confesso que dar uma folga da rotina de sala de aula foi bom no início, mas por outro lado a perda do hábito das atividades diárias corta o ritmo, e o retorno, desta forma, é muito mais difícil. Estamos em clima de final de semestre e o que menos precisamos nesses dias é desacelerar o ritmo. É igual a estar quase chegando ao destino final de uma viagem e ter de desacelerar o carro, adiando a chegada. É assim que me sinto: um pouco como uma dessas carangas velhas paradas no meio do caminho.

(O que espero mesmo é que não perdure por muito tempo essa falta do transporte que me levaria até ti. Que não faltem as rodas, o paciente motorista que já conhece o meu sorriso de embarque, a gasolina que move o ônibus e me leva junto durante a noite para chegar aí, na tua cama, ainda na hora em que o sol permanece escondido, na hora em que o frio das alturas de onde moras ainda arde a pele, nessa que é a melhor hora para entrar sorrateiro por entre as cobertas que já aquecem há horas a tua pele que parece fogo diante do frio que vem lá fora e que agora tem horas contadas na minha pele. Que não perdure a greve, porque não pode haver greve de ti, deste teu calor, deste teu aconchego.)