[o sumiço do verde e amarelo]
O bicho tá pegando aqui na Cidade Baixa.
Minha mãe, junto com a comunidade da Península Itapagipense e os alunos da sua escola, o Centro Educacional Santa Rita, confeccionou uma bandeira de 1500m2 para a Copa do Mundo. Eis que saímos todos em passeata na última sexta-feira, rumo à Colina Sagrada do Bomfim para ver se, elegendo o santo como o novo técnico da seleção, numa parceria meio que sobrenatural com Parreira, conseguiríamos trazer da Alemanha o título de hexacampeões.
Teve minha mãe depositando a sexta estrela no altar de milagres da Igreja do Bomfim, mulheres grávidas de oito meses carregando a bandeira em nome da fé, crianças pintadas nas cores da Pátria, e até argentino subindo a colina descalço com uma cruz nas costas pedindo a Oxalá que nos faça – nós, os brasileiros, obviamente, - campeões. Teve a imprensa – um deleite para os aspirantes a celebridade como a minha irmã Érica – teve corre-corre para gravar todos os programas, porque saímos em todas as emissoras, sim senhor. Tiramos a barriga da miséria de tanto flash.
Mas, como alegria de pobre dura pouco, e sucesso chama inveja, nos preocupamos tanto com os jogadores e ocupamos tanto o santo com a tática mais apropriada para enfrentar os croatas, que esquecemos de colocar a mandiga da proteção da bandeira em si. Isso mesmo, amigos torcedores: a bandeira sumiu. A bandeira foi roubada. Invadiram a escola e levaram o símbolo maior da Pátria, o símbolo maior da união da comunidade que passou três meses para confeccionar o tesouro. Para matar ainda mais de ódio os ladrões – cuja intenção, certamente, não é a de revender a bandeira, mas matar uma certa sede de vingança causada pela inveja – todas as televisões vieram cobrir o ‘espetacular roubo da bandeira gigante’. E quem acha que o roubo nos deixou cabisbaixos, se espantou ao ver a comunidade se reerguer e começar a fazer a vaquinha para comprar mais pano.
É que como dizem por aí, brasileiro não desiste nunca mesmo. Que nos ouçam Parreira, Oxalá e os jogadores todos da seleção. E que isso tudo traga um incentivo ainda maior para que eles tragam a taça para nós.
Para ler a notícia, clique aqui.
Minha mãe, junto com a comunidade da Península Itapagipense e os alunos da sua escola, o Centro Educacional Santa Rita, confeccionou uma bandeira de 1500m2 para a Copa do Mundo. Eis que saímos todos em passeata na última sexta-feira, rumo à Colina Sagrada do Bomfim para ver se, elegendo o santo como o novo técnico da seleção, numa parceria meio que sobrenatural com Parreira, conseguiríamos trazer da Alemanha o título de hexacampeões.
Teve minha mãe depositando a sexta estrela no altar de milagres da Igreja do Bomfim, mulheres grávidas de oito meses carregando a bandeira em nome da fé, crianças pintadas nas cores da Pátria, e até argentino subindo a colina descalço com uma cruz nas costas pedindo a Oxalá que nos faça – nós, os brasileiros, obviamente, - campeões. Teve a imprensa – um deleite para os aspirantes a celebridade como a minha irmã Érica – teve corre-corre para gravar todos os programas, porque saímos em todas as emissoras, sim senhor. Tiramos a barriga da miséria de tanto flash.
Mas, como alegria de pobre dura pouco, e sucesso chama inveja, nos preocupamos tanto com os jogadores e ocupamos tanto o santo com a tática mais apropriada para enfrentar os croatas, que esquecemos de colocar a mandiga da proteção da bandeira em si. Isso mesmo, amigos torcedores: a bandeira sumiu. A bandeira foi roubada. Invadiram a escola e levaram o símbolo maior da Pátria, o símbolo maior da união da comunidade que passou três meses para confeccionar o tesouro. Para matar ainda mais de ódio os ladrões – cuja intenção, certamente, não é a de revender a bandeira, mas matar uma certa sede de vingança causada pela inveja – todas as televisões vieram cobrir o ‘espetacular roubo da bandeira gigante’. E quem acha que o roubo nos deixou cabisbaixos, se espantou ao ver a comunidade se reerguer e começar a fazer a vaquinha para comprar mais pano.
É que como dizem por aí, brasileiro não desiste nunca mesmo. Que nos ouçam Parreira, Oxalá e os jogadores todos da seleção. E que isso tudo traga um incentivo ainda maior para que eles tragam a taça para nós.
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(na foto eu e minha mãe na Colina Sagrada. Sob nós, a bandeira roubada)