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sexta-feira, 5 de maio de 2006

[por trás das pálpebras]

Minha vida onírica tem sido rica. Precisaria de muitas sessões terapêuticas e conseqüentemente muito dinheiro para dar conta de entendê-los todos. A maioria dos sonhos eu esqueço logo que acordo, ou antes mesmo de acordar. É que uma parte vira sonhos tecnicamente não sonhados, porque sonho que se sonha e não se guarda na memória, de fato, nunca se sonhou. É bem verdade que se sonhou sim, mas o fato é que esse sonho foi parar num limbo qualquer, no país dos sonhos banidos, ou no mundo dos colecionadores de sonhos esquecidos. Não entendo qual o critério de seleção: por que alguns sonhos sequer são lembrados e outros ficam tão vívidos na memória? Por que certos sonhos são esquecidos e de repente vêm à memória durante o dia? E por que, neste último caso, alguns deles vêm à memória e nos causam apenas a dúvida de terem sido sonhos, deixando a pergunta no ar? Freud deve explicar. Eu prefiro não me arriscar pelos mistérios que protegem certos sonhos. Crente que sou do fato de que vemos e sentimos até o ponto que alguma força mais poderosa nos permite ver e sentir, fico calado e respeito a relação entre a minha memória e meus sonhos.

Sonho de verdade fica, embriaga, deixa o gosto na boca mesmo depois que o sujeito acorda, escova os dentes e começa a comer pedaços de realidade. Os pesadelos são assim: pela carga emocional que eles conseguem revolver, eles parecem ficar marcados na pele, na alma. Não é difícil rememorar a sensação dos pesadelos e dos sonhos muito bons, eles ficam acesos por muitas horas em algum canto onde se esconde a nossa memória emocional. Não fica apenas a lembrança do que aconteceu, mas o que o acontecimento evocou na alma, no sentir. Sonhei, por exemplo, que deletei meu Orkut. Sonho ou pesadelo? Não sei, não houve sentimento, apenas o fato relembrado, aqui, enquanto escrevo. Sonhei que aquele ombro era o da minha mãe. Eu encostava nele, que era você, e dormia profundamente. Ficou o cheiro no ar, e ainda lembro do conforto que senti: era um aconchego imenso no coração. Já não teria tanta certeza que esse foi um sonho bom. Sonhei que namorava com a minha terapeuta. Sonho ou pesadelo? Sonhei que o mundo virava de cabeça pra baixo e todo mundo vivia arrepiado. Nonsense total. Nonsense se explica? Tudo indica que sim, porque, muitas vezes, é através da falta de sentido exato que o inconsciente manda mensagens.

Minha mãe tem o dom de interpretar essas mensagens, e basta contar o mais simples dos sonhos para ela para que imediatamente se tenha uma interpretação. Claro que para isso ela precisa conhecer o dono do sonho. Apesar de extremamente susceptível ao erro, ela demonstra uma grande capacidade de lidar e decifrar o simbólico e de intuir. Herdei um pouco deste dom da minha mãe. Não sei, no entanto, se isso é um dom ou uma maldição. Muitas vezes a verdade do que o sonho quer me dizer vem escondida em véus que a protege, que me protegem, e eu insisto em desvendá-los. Sem cautela, sem censuras. Eu me desnudo tanto, que, como num pesadelo, descubro-me às vezes monstro, às vezes santo e, como sou humano e erro muito, muitas vezes crio verdades ao meu respeito, construo crenças e me limito baseado em uma interpretação amadora. Sonho ou pesadelo?

Agora, bom mesmo, é levar um sonho para o divã. Um sonho bom, quando levado para a análise, é um presente que se dá à vida e aos caminhos do seu autoconhecimento. É nessas horas que se descobre a riqueza do inconsciente, suas armadilhas e suas trapaças, seus jogos e suas revelações. Sonhar – e ter um bom terapeuta para decifrar seu sonho junto com você - é desvendar-se.