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segunda-feira, 10 de abril de 2006

[em partes]

Acho que chegamos, então, ao ponto de onde tudo parte. Tudo se estabiliza, depois parte. Parte para a parte dois, depois parte três. É na parte dois que se juntam, e na três que se multiplicam. Da parte quatro em diante se vêem envelhecer e descobrem que a parte cinco se aproxima. Muitos, temerosos, correm da parte cinco. Outros, alegres, correm atrás dela, por saberem que não devem muito, que há mais créditos que débitos e, por isso, são serenos. Mas a parte cinco é futuro - e tudo que pedem a Deus que é que lhes dê tempo de ver tudo que foi plantado crescer antes que venha a última parte – e o futuro, por ser tão distante, é o que menos importa nesse momento. O que lhes valem muito mais são essas horas em que tijolos se calcam uns nos outros, instigantes, insinuantes, ávidos por abrigá-los por entre o calor que provocam quando, juntos, formam as quatro paredes do quarto. Ávidos estão os tijolos cor de terra por verem o que vai suceder ali dentro, quando estiverem no frio, no sono, no calor, na alegria, ou na dor. O que vão dizer, por onde vão andar, se coincidirão dores e choros ou se serão daqueles que alternam vontades, como que querendo não estabelecer a rotina cruel dos sentimentos únicos. Pois os tijolos imploram que lhes deixem à vista, pois senão só lhes restará sentir de trás da casca grossa do cimento - e da tinta que lhe disfarça - os ares que criam a atmosfera da casa e como esses ares mudam, quando entra, por exemplo, a parte três, e pintam o lugar onde fica a manjedoura de um rosa claro ou de um azul cor-do-céu, ou se entra a parte quatro e começam a brotar vontades de ficar dentro, reclusos, mais íntimos. Os tijolos temem não poder ver o dia quando chega a parte cinco e deixam esse ares que se respiram - ares de anos atrás que se uniram aos tijolos da casa antiga e persistem, pesados, em ficar - e partem em direção ao canto invisível onde não há atmosferas que alimentem os pulmões, porque não mais se respira na quinta parte. Na quinta parte se sente. Mais ou menos como faziam na parte um, quando do primeiro encontro, momento em que se esqueciam que havia ares ou qualquer coisa ao seu redor. Para respirar, apenas o cheiro do outro, o cheiro do agora. Irremediavelmente estável para eles, que ainda não pensavam em todas as partes que ainda estavam por vir.