[quero chuva]
Nos últimos dias não havia um soteropolitano sequer que não estivesse reclamando do calor e do atraso na chegada do verão. Enquanto no ano passado reclamávamos da chegada do outono em pleno carnaval, esse ano mofamos – ou assamos? - na espera pela diminuição da temperatura e aproximação de dias mais amenos. Pois esse dias custaram a chegar, e acho até que estou celebrando daqui com um pouco de antecipação. O dia amanheceu escuro, cinzento (foto), bem como eu gosto, mas como ainda não são nem nove da manhã, pode até ser que ocorra um revertério e o sol volte a brilhar insistentemente – coisas de Salvador. Pois digo ao sol e a esse calor que há a hora de chegar e a hora de se retirar - como reza a lei número um da educação - , pois nossos jardins andam secos, acizentados, sedentos de uma gota que lhes conceda de volta o frescor do qual abrem mão por um tempo - pois não há luta possível contra a lei que diz que há tempos de calor e tempos de frio -, e que também, pelo que reza a lei, eles têm o direito irrevogável de serem regados com chuva abundante a cada dia. Que venha a chuva, seu frescor, seu aconchego.
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Falo mal do sol, mas também não o dispenso se ele brilha. É claro que é muito melhor vê-lo brilhar na areia da praia, ou em um mergulho na Baía de Todos os Santos, como fiz ontem, do que no trânsito indo para o trabalho (nesse caso não sei se a chuva ou o sol é pior). O Mahi-Mahi ainda é o melhor lugar de Salvador para quem quer estar junto ao mar, mas longe da areia e dos farofeiros.
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E cinema é que é programa pra toda hora, pois independe de frio ou calor, chuva ou sol: sempre haverá uma sala escura para se esconder de qualquer tempo ruim. E ontem eu assiti ao filme perfeito de Spike Lee. Genial e imperdível. Pelo menos uma vez na vida eu concordo com Isabela Boscov. É que Isabela é como meteorologista, nem sempre acerta.