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sábado, 17 de setembro de 2005

O combustível do não-dito

Vivemos do mistério do outro. É o que o outro não diz que abastece em nós a chama, é o que fica entre as linhas que produz o texto que escrevemos para nós mesmos, o texto que define o calor da paixão, o grau de ansiedade pelo próximo capítulo, a vontade, enfim, de continuar, porque o mistério é o combustível da luta insana que se trava nos jogos da sedução.

São os olhos fechados que há em nós, impostos ou naturalmente vendados, que definem a nossa paixão. A alteridade é o jogo dos mistérios, valemos o punhado de coisas que mantemos na mão fechada, valemos exatamente a proporção de nós que não é revelada, que vive nas profundidades de nós mesmos.

Precisamos travar a batalha com o desconhecido e por fim não encontrarmos nada. Nunca podemos encontrar nada, por pena de desvendarmos o mistério, destruirmos a dúvida, desmotivarmo-nos do jogo, porque o jogo é um jogo que lá no fundo não queremos ver na mesa, é um jogo que é melhor se não for discutido, é o jogo que deve sempre estar ali, virtualmente posto, mas invisível, não-questionável, secreto.

Não me conte seus segredos, nem suas dúvidas a respeito de mim. Deixe-me assim, no escuro que me permite andar cego, e viva nesse meu escuro por onde andas tateando. Não me peça óculos ou explicações, não me peça lanternas nem novas visões. Peça-me o escuro, peça-me apenas o título de meus segredos, para aguçar em ti a vontade de desvendá-los a cada dia, a cada hora, a cada momento secreto que criamos nesse nosso lugar reservado somente para nós mesmos, esse lugar onde formam-se crianças e germinam árvores inteiras.

Se me queres, mantenha-me em segredo aí mesmo dentro de ti.