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quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Temores

Temeria o mundo sim, caso não fosse ele tão macio ao toque dos pés e das mãos. Temeria o mundo não existissem o tempo e sua cura, não fossem aqueles dois dedos quase me hipnotizando e me fazendo ditar palavras loucas e desconexas na superfície.

Temeria o mundo caso não houvesse os livros e seus lindos inícios e trágicos e necessários finais, temeria o mundo, sim, caso não houvesse a fonte e sua água, o riso e seu barulho – por vezes, confesso, abafado – o céu e a vastidão que torna pássaro cinza invisível, o olhar e seus infinitos mistérios.

Temeria o mundo sim, não fosse pela fé que dizem que move montanhas, mas não acredito, pois basta que me mova e já não terá mais montanha à minha frente, temeria tudo, tudo mais ainda que o mundo, não tivesse você gritado em meus ouvidos aquele grito de infinitos decibéis que eu ainda insistia em abafar em sonhos que eu mesmo controlava com meu joystick.
Eu temeria o mundo não fossem essas horas soltas, meio de tarde, meio de noite, meio de dias inteiros, em que vago perdido pelos relógios das ruas, vendo pessoas tremerem como o mundo treme em terremotos, vendo pessoas temerosas que pisam em flores, recusam verdades, entorpecem-se de falsas ilusões e ainda acham que o mundo é passível de ser temido.
Não, eu vejo essas pessoas ao longe e noto que nossas horas passam iguais nos relógios, mas o que vejo no meu pulso, no tic-tac que não se esvai nunca, é um tempo que eu mesmo criei. O tempo que passa, mas não destrói pelo medo, o tempo que passa, mas não arrasta os que caem, o tempo que mostra que o mundo não passa de um cãozinho amistoso, treinado e obediente que entrega o osso apenas se lançarmos um olhar de fome ou elaborarmos em silêncio um breve pedido de perdão a nós mesmos.

(Livre, liberto desses medos que nos fazem querer ficar embaixo do cobertor enquanto o relógio já tocou mais de mil vezes, estendo a mão e respiro a coragem que emana das horas em que o sol ainda é brando e sopra uma brisa que faz tremer o corpo ainda frio e deitado na cama.

É às seis da manhã que atinjo os meus maiores picos de destemor. )
hoje tem poesia, logo abaixo!