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terça-feira, 13 de setembro de 2005

Duas letrinhas

- E você que fala tanto em Espiritualidade. O que é a Espiritualidade para você?
- A Espiritualidade é Deus.
- Sim, e você tem acessado esse Deus?
- Confesso a minha dificuldade nos últimos dias.
- Pois então, o que falta para superar essa dificuldade?
- Entrar em contato com a minha Presença Divina?
- Sim, mas o que é preciso antes disso?
- Antes? ... Não sei... Meditar, o silêncio?
- Não. Isso ainda vem antes do silêncio, aliás, isso vem antes de tudo. Para ser mais exata, é no silêncio que isso vive.
- Você está me deixando confuso. Não sei, confesso que não sei.
- Você sabe, está tudo aí, é só acessar. Tem duas letras.
- Duas letras? Meu Deus, deve ser muito simples, apenas duas letras...
- O mais impressionante é que é muito simples sim. Você sabe o que é?
- O “eu”...
- Não. – o olhar dela já dizia a palavra e ele já sentia a sua vibração pelas faíscas que os olhos dela emanavam.
- Estou confuso, não sei. – não saber, ali, era angustiante, diante a simplicidade. Eram apenas duas letras, simplesmente duas letras, mas a palavra cruzada não queria se completar. Ali não havia dicas. Essa palavra simples se sabe ou não se sabe, acabou.
De repente os lábios superiores dela começaram a se erguer levemente e um som fricativo começava a se formar no ar. Tudo aconteceu em câmera lenta aos olhos dele. Vinha um fonema e depois outro e depois a ficha cairia, e tudo se encaixaria, o fio de Ariadne finalmente puxado, trazendo à tona o que ele dolorosamente arrastava sozinho, e a palavra fé explodiu no ar.
Não foi preciso mais palavra alguma, gesto algum. Silenciou-se diante dos dois fonemas, ainda escritos nas paredes e nos ares que respirava, ainda latejando ali dentro, fogos de artifício, ano novo, dia novo, horas novas por vir.

(Não fosse pela fé, não haveria as flores no meu jardim, não haveria os botões ainda por nascer, não haveria esses meus dois pés fincados no mundo, não haveria eu, de cócoras, embaixo da cama, procurando a poeira escondida para espaná-la, afastá-la, substituí-la por novos ares, novas idéias, novas esperanças. Não fosse pela fé, não estaria hoje com quase 30 centímetros a planta de onde já surgem flores apressadas e outras, mais pacientes, escondem-se, tímidas em botão. Vendo de fora, até parece lhes faltar a fé, mas depois de uma breve meditação sabe-se que a fé não lhes falta, é que ainda não chegou a hora exata do prazer de vê-las sorrir.)