Brisas
Essa brisa suave que passa e que não cessa, principalmente quando estou perto do mar aberto, longe da Baía, sou eu mesmo, esse eu mesmo que eu não sei por onde anda, que anda meio perdido – ou encontrado demais – por aí. Essa brisa sou eu porque ela é incessante, ela não pára, não se abastece de nada e além de tudo é onipresente. Às vezes mais fraca, às vezes com o poder destruidor de um furacão, às vezes mansa e aliviando calores e odores, mas sempre ela, sempre ela soprando sem pedir nada, sem querer nada, sem necessidade nenhuma. Passa, transparente, muitas vezes atravessando o nada: se estás ali, ela te refresca, se tu mesmo não estás, ou se está ninguém, ela também passa. Alheia a tudo a brisa. Vai e vem, e nesse vai e vem de séculos, perdura uma eternidade. Sempre a mesma.
Essa mesma brisa que te sopra nos cabelos agora é a brisa que pulsionou as caravelas dos benditos portugueses. Essa mesma brisa que sopra hoje é a brisa de que tua mãe te protegia quando teimavas em andar no sereno. Essa mesma brisa que sopra hoje é a brisa que tocava teu dedo de ponta molhada quando arriscavas uma aventura mundo afora. É ela a brisa. Velha amiga de anos, prometendo soprar muito ainda. É essa brisa que sou, é essa brisa que tu és, mesmo que não saibas, mas és essa brisa.
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Notícia boa se comemora: na próxima terça, às 18:30, estréio como professor da UNIFACS. Curso de Gestão Ambiental, na pasta de Inglês. É bão ou não é bão, Sebastião?