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sábado, 6 de janeiro de 2007

[no fundo do poço]

- Sou da OTIS.

Com essa frase, o homem alto, negro e corpulento livrou-se da tarifa de 5 centavos cobrada para descer o Elevador Lacerda. Achei mesquinho da parte dele. Fiquei até, admito, com um pouco de antipatia do rapaz – que mania essa que a gente tem de levar vantagem em tudo. A antipatia transformou-se em gratidão assim que o elevador chegou no destino final. E é agora que vocês vão entender como uma breve antipatia se transforma em gratidão.

Entrávamos no elevador ao estilo Rexona, ‘sempre cabe mais um’. O negão alto e corpulento foi um dos últimos a entrar e praticamente autorizou a entrada de todos que esperavam. Afinal, ele era de onde era. Nunca tive medo de elevador. Talvez por achar que em caso de despencar lá de cima vou milagrosamente acertar a hora que ele tocará no chão e dar um pulo. No ar, nesse exato segundo, com certeza me livraria da conseqüência da queda. Pura imaginação, eu bem sei. Pois bem, voltando. Quando o cara disse que cabiam mais pessoas, levantei meus olhos para o visor que marcava as horas e vi as quatro letras cravadas no alumínio do painel: O-T-I-S. Foi ai que eu confiei e respirei aliviado. “Ele deve saber que faz”.

Dois segundos depois de sentir que o meu cérebro se deslocara brevemente dentro da minha cabeça, já descíamos em alta velocidade rumo ao nível em que estaríamos mais perto do mar quentinho da Baía.

Oooops. Algo deu errado. Uma parada abrupta.

- Caímos no poço – declarou o ascensorista.

Criou-se um quase-pânico. E nem precisou dar o pulinho. Na realidade não caímos. Aterrisamos no poço. Por alguns segundos imaginei um poço escuro e um resgate chegando e um monte de turistas fotografando. (Viajei). Mas o cara da OTIS estava, milagrosamente, lá. Forçou a porta com as mãos e só então encontrou o botão ou alavanca que abriria a porta, metade coberta.

Verão na Bahia, o pau comendo solto no Pelô e estávamos no poço do Elevador Lacerda, duas horas da manhã de sábado, e no elevador estava o cara que faz a manutenção do elevador. À paisana, diga-se de passagem. Um pouco bêbado. Escalamos de volta ao nível do solo. Não havia ninguém fotografando, mas merecia - fato inusitado, não eu. Não sei se havia algum turista ali. Mas imagine você, turista em Salvador, cair no poço do Elevador Lacerda com o técnico dentro. Cair, sem ele, poderia ser, se não trágico, no mínimo entediante – aguardar socorro, essas coisas...-, mas com ele é no mínimo glamouroso.

Nem todo mundo pode contar essa estória quando volta pra casa.