[edit me]
Por que a vida, ela mesma, não queima etapas. Apresenta-se inteira, única. Não há etapas visíveis. Vêem-se as etapas depois que elas passam. Tantas vezes queria ter dito: essa eu pulo, mas já foi tarde que ela já está aqui, sob meus pés. O chão que piso é momentaneamente o ar que respiro. Respiro repetidamente. Quando há um susto, o súbito me faz engolir o ar, e o próximo impulso é absorver mais para encher os pulmões com tudo, até esgotar-lhe a capacidade. Pelos tombos e sustos vou aprendendo que há a respiração e há sua redundância, há o ódio e a falta de ar, o remorso e o ar rarefeito, há o silêncio e o ar que se corta em fatias. Há meus pés, o limite da etapa onde me encontro. Há, por fim, eu do alto: o filme inteiro.