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terça-feira, 2 de janeiro de 2007

[virgem]

Quando estou assim, diante dele, e não há ninguém, temo desvirginá-lo. Não que eu o creia ainda virgem, mas é a impressão que se tem ao vê-lo de longe, vazio, vagas a rolar-lhe o corpo. O mar vazio é como um ser virgem e belo. Sua beleza me afasta, porque lhe romper a inocência é de grande responsabilidade, e ele pode sentir a dor da dilaceração e sugar-me para sempre para dentro de suas profundezas.

É claro que há apenas alguns minutos poderia ter estado ali um menino a descer suas ondas, ou uma senhora velha e assustada a molhar os pés. Mas o fato é que, como a areia que lhe cria a instável borda é virgem como uma sereia de doze anos, – até que a mesma criança retorne e pise-a assim, formando um sulco - o é também a sua pele esverdeada depois que as vagas delinearam novamente a sua superfície. O vai-e-vem das ondas que perfazem o movimento da sua beleza dá de volta ao mar o estado zero da sua inocência. E entregar-se a essa pureza é um prazer cujo preço se paga quando decidimos, sozinhos, perfurar-lhe uma onda com o corpo e depois levantar, em sobressalto, de volta ao ar.

É por esse medo, por esse preço tão alto, que prefiro abster-me e admirá-lo de longe, como se fôssemos eu e ele serenos, translúcidos e completamente livres um do outro.
(Meu muito obrigado a todos que comentam e lêem os textos aqui, que haja muita paz e luz na vida de vocês. Um muito obrigado especial e cheio de saudades para Danilo, que sempre deixa comentários maravilhosos aqui, mas nunca me deixa um endereço para que eu possa retribuir o carinho...Dan, sai da toca. Beijos em todos!)