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quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

[mais do mar]

Recorro novamente ao mar – essa busca incessante em entendê-lo. A trégua que o verão nos dá, nesses últimos dias nublados, contrasta de forma contundente com a ressaca em que se encontra essa massa azul de água salgada. Se já dizia dois posts abaixo que temo em desvirginá-lo, hoje, mesmo deflorado, o mar não me é nada convidativo. Vi ondas imensas, verdadeiros paredões que se formavam logo ali, a dez metros de mim. Vi meninos corajosos que se lançavam de alturas insanas formadas pela água. Sem medo algum, eles se atiravam do paredão e aguardavam o abraço da onda. Vinham juntas água, areia, algas e a emoção de descer no quase-vácuo. Sem medo, sem nada.

Medroso que sou, de longe brincava com meu medo. Quando se tem medo a partir de um lugar seguro a sensação é de prazer. É assim: sentado à beira do mar revolto, eu temia em primeiro lugar por mim mesmo. Eu mesmo criava em mim fantasias, tipo assim: ‘a onda que vem vai ser enorme a ponto de me fazer correr’, ou: ‘a próxima, de tão forte, vai me respingar água gelada’. Todas as fantasias de um lugar seguro. Criando adrenalina, abastecendo-me dela, pra só depois voltar ao que é verdade.

Depois de temer por mim mesmo, fingia importar-me com os meninos que desciam as ondas. Quanto maiores as ondas, maior a adrenalina para mim e para eles. De meu canto seguro, agradecia silenciosamente a Deus. Ali, é tudo por um triz. Um braço no lugar errado, um pescoço mal posicionado e lá se vão os meninos abraçados para sempre pelo mar. Naquele mar revolto, na coragem daqueles garotos, no meu medo, mora um Deus que lida brilhantemente com os detalhes.

Aquele mar tão imenso, tanta vulnerabilidade, e no fim de tudo, saem os meninos sorrindo. Uns arranhõezinhos aqui e acolá, mas nada que a própria água salgada não cure. Eu, preferindo o seco e chão firme, saio também sorridente das minhas fantasias, arranhões refeitos, fé maior que antes da ressaca.