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terça-feira, 25 de abril de 2006

[para dias de chuva, um ka]

Sempre fui pelos dias de chuva. Ainda sou, e amo a chuva do mesmo jeito, mesmo depois da enxurrada que quase leva a cidade inteira na última quinta-feira.

Em primeiro lugar, fazer o trajeto Cidade Baixa – Faculdades Jorge Amado em 1h e 40min não foi nada agradável. Como diz um amigo meu, não fossem os meus dez anos de ioga, com certeza teria saído correndo do carro. Nem meu radinho de pilha funcionava. Tudo embaçado, muita água jorrando e a Bonocô inteira pa-ra-da. Chego na faculdade – atrasado, obviamente – com uma sala repleta de... cadeiras vazias. Óbvio: acho que nem fantasma – que não se molha – sairia de casa, por opção, naquela sombria quinta-feira. Eu saí. De carne, osso e dentes à mostra, tive de sair. Primeiro, porque havia os pupilos me esperando, pelo menos teoricamente. Segundo, e mais importante, uma pessoinha muito especial já estava no ônibus, a caminho, e não poderia dormir na rodoviária. Pus minha coragem à frente – aquela, do post abaixo – e fui. Dei a aula para os gatos pingados e quando chego na rodoviária... Deus meu. Para se ter uma idéia da gravidade da coisa, imaginem que o barulho no teto da rodoviária – que aqui deve ser uma telha vagabunda qualquer – era tamanho, que eu não conseguia ouvir meus próprios pensamentos. O couro tava comendo lá fora. E minha mãe não demorou a ligar:

- NÃO volte pra casa. Tá tudo alagado aqui.
- Como assim, a casa tá alagada?
- Não, a rua. Todos os carro estão voltando. – como assim, a minha rua alagada? Nunca tinha ouvido falar que a Monsenhor Basílio Pereira alagava.
- Pois com essa chuva alagou – minha mãe, lendo meus pensamentos já tinha a resposta.

Então, pois, sou teimoso, mas nem tanto. Já com o coração e o banco do carona devidamente ocupados, resolvemos dar uma voltinha no Iguatemi (o percurso Iguatemi-Rodô, de carro, durou 30 min). Um filminho? Não. Uma pizza, talvez. Dá-se um tempinho aqui, tempo suficiente para a água escorrer. Vai dar tudo certo.

Pegamos, pois, a Luís Eduardo. Avenida nova, pensei, não tem como estar cheia. E não estava. Só que a Luís Eduardo não desemboca direto na minha garagem, há umas ruas, vamos dizer assim, mais secundárias, que estão no meio do caminho. E uma delas era, literalmente, um rio.

Para se ter uma noção, meu carro ficou com água na porta. Quando os ônibus passavam, eu fechava os olhos. Subi no passeio, que era mais alto, dirigi uns 50 metros, tentei descer do passeio, mas o passeio, ali, já era alto demais e não dava: o carro se partiria em dois se eu tentasse. O jeito foi dar ré. O jeito foi pedir a meu amigo para pôr os pés no chão e desvendar a profundidade de tudo aquilo. Muito fundo. Quase fundo do poço, é aí que estamos nós. Chamei por Deus, por todos os Orixá e rezei para que meu velho Ka não me deixasse na mão pela primeira vez na vida. E não é que o danado deu conta do recado? Meu carro-anfíbio se aventurou bravamente pelo rio-leptospiróptico e chegou, são, salvo e molhadíssimo em terra firme. Não acreditei quando entrei na garagem e descobri que o único dano tinha sido a placa da frente do carro que certamente virou uma jangada para uma criança qualquer.
Resultado além das expectativas. Pra quem ia dormir num hotel qualquer ou no chão da sala de um amigo solidário, acabei a noite no quentinho do meu quarto, com a melhor companhia do mundo, e ainda ouvindo, alheio a tudo que desabava lá fora, um pingar constante de uma chuvinha que se transformara em aconchego puro.