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quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

[free, dom]

A bola voou dos pés de Ângelo direto para o viveiro dos periquitos australianos, causando um estrondo enorme, derrubando a gaiola e deixando abertas as portas da prisão. O pássaro que escolhesse ter a liberdade, naquele minuto, poderia apenas voar rumo a ela. Primeiro, porque não havia mais grades, e segundo porque o rebuliço causado pelo estrondo deixou os observadores ainda sem entender o que estava acontecendo, o que dava uma brecha para que os periquitos voassem rumo ao mundo-lá-de-fora.

Dois escolheram sair.

Algumas horas depois, ouço, enquanto tentava me concentrar nos estudos, barulhos de asas batendo em desarmonia. Era um deles, o branco, da cor da paz. Nos seus olhos, o pedido de prisão, prenda-me, que não sei mais ser livre, esse mundo aqui é grande demais para mim, coloque-me de novo na gaiola que de lá não saio mais. Aqui fora não há mais chances para mim.

Recolhi o pássaro com as mãos e o coloquei de volta na gaiola, lamentando por mim mesmo, lembrando-me o quanto de liberdade que ainda me resta, o quanto me aprisionaram até hoje, e o quanto eu me deixo aprisionar a cada instante. Lamentei pelo pássaro e seu vício pelo confinamento, lamentei o alimento que lhe dei no bico durante a vida inteira, negando-lhe a liberdade e o esforço de ir buscar o sustento, lamentei porque eu mesmo, meu Deus, tenho tantos vícios que me aprisionam, tantas máscaras que me impedem de ver o sol, tanto gesso que me impede de andar por mim mesmo. Lamentei por todos nós, que ainda temos vendas e precisamos andar guiados.

... era um periquitinho de asas brancas que vivia numa gaiola. Um belo dia, um estrondo nas suas grades o fez lembrar que era possível ser livre, mas o periquitinho sucumbiu à possibilidade de sê-lo e voltou, conformado, para dentro das grades de sua bem-quista prisão...