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domingo, 10 de julho de 2005

Burn

Se soubesses o bem que me fazes quando acaricias o meu corpo no amanhecer, com estas tuas mãos de espelho, que refletem, em contraste, eu em ti e vice-versa, se soubesses como o calor que vem delas me aquece, e como o frio se vai, temeroso, tu me acariciarias mais e mais vezes nessas manhãs tão frias. Se soubesses o quanto estremeço ao toque teu no nosso ninho de caras amassadas, risos interrompidos até o primeiro banho, edredon embaralhado entre nossos corpos, se tu soubesses, tu farias daquele que é o nosso ninho a tua casa eterna, e dessas mãos, que são espelhos que nos olham, a tua boca de fome sem-fim.

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Não gosto de cigarros nem de cigarrilhas, não gosto do cheiro amargo que eles me deixam na boca, mesmo que disfarçados por essências de baunilha, de cravo ou até de chocolate. Gosto mesmo é de estar contigo e, de dentro daquele café, encravado na história primeira da cidade onde nascemos, ver aquele sol redondo descer na Baía de Todos Nós, os santos, e se esconder por trás daquelas nuvens que mais tarde desabariam, em chuva, sobre o nosso telhado.

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Neste lugar, aqui do alto, mais perto do que nunca estivemos do céu, mais sujeitos do que nunca estivemos às nuvens que descarregam água fresca sobre esse telhado laranja, sinto-me como que envolto por uma carapaça de vento que se mexe, afoito, apagando velas - como quem protege -, levantando fumaças perfumadas dos incensos e a espalhando pelo ar – como que numa benção de perfumes sutis -, vento transparente como a tempestade lá fora, lá fora, mas tão presente, lá fora, mas tão rente, adjacente, tangente a nós dois.

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Não importa se é nove ou dez o número da música, sei que a tua cegueira de ontem à noite foi culpa da luz da vela que não iluminou suficientemente bem a tua vontade de deitar sobre meu corpo e, numa declaração, tocar a nossa música. Sei que a sinfonia dos pingos no telhado surrupiaram de ti os ouvidos, embriagando a tua mente que cantava, já, a nossa música. Sei que de tantos elementos, sei que de tanta embriaguez, não tivestes como.

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Nosso ninho foi pego pelo fogo de uma vela solitária, que tocou a tua fronha e se embriagou, numa crescente, por entre as fibras mais que inflamáveis do nosso travesseiro. Eram três da manhã e como já acontecera antes, acordamos em chamas. Você de pé, espalhando as brasas de um vermelho vivo por todos os lados, eu, vigília constante, alerta máximo, toquei e tirei do fogo o oxigênio que lhe dava a respiração. Ficaram o teu joelho e meu dedo em bolhas e nosso edredon, com marcas indeléveis, o sonho e o sono interrompidos pela nossa quase-catástrofe.

A metade que se foi do nosso travesseiro é a metade que terás que aprender a usar do meu. Duas cabeças e um único sonho.
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Meus sinceros agradecimentos ao carinho de minha querida ex-aluna Yara Sylvia, que sempre comenta aqui, mas que nunca deixa um e-mail para que eu possa agradecer...