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segunda-feira, 4 de julho de 2005

O que passa e vem, e o que sempre fica

Quero ficar no teu corpo
Como uma música de Chico
Como poesia e melodia de Chico
Ecoando em tua mente,
Ouvidos,
E bocas sedentas por minhas rimas
Por mais rimas
Por rimas largas,
Poderosas,
Lancinantes
Ricas.
Passam invernos, verões, outonos e primaveras, passam os dias, as horas, os anos, passa tudo, passa a sexta, passa a dor, passa a alegria, passam os medos, passa rápido, lento, passa em uma noite de sono, em um suspiro, passa aquela idéia antiga, a mais nova inspiração, essa passa em um esquecimento, em um sopro, passam-se os textos, e sempre a idéia é de que tudo vai passar um dia e que nada restará. No sentido inverso, no entanto, vêm mais horas, vêm mais dias, mais segundas, mais inícios, vêm mais alegrias e mais tristezas, vêm os gestos, vêm segredos, e vêm também suas revelações logo ali em fila indiana. Vêm mais gostos, mais desejos, mais montanhas, mais janelas, vem uma saudade, vem o encontro e ela passa, afasta e vem outra saudade, vêm um vento, uma tempestade, uma brisa e mais uma vontade – essa sempre vem. Vem sol quente, e vem uma nuvem, depois vem outra e se continuar vindo, vem mais um temporal, e vai-se com o tempo ruim a praia e a cor azul do mar.

E vem um tanto de cada coisa, coisas que, aos poucos, inevitavelmente, vão passar. Com tantas idas e vindas, ficamos, nós, escultores, observadores e escravos do tempo, aqui, nunca parados, mas como espectadores de jogo de tênis, uma hora para a esquerda, vemos o que passa, uma hora para a direita, vemos o que vem. E nesse movimento instável, incessante, inconseqüente, interminável por decisão suprema nossa, não olhamos pelo ângulo por onde nada passa e de onde nada vem, aquele ângulo impresso na carne de dentro, o ângulo da visão estática, imóvel, parada. O ângulo do olho que olha pra dentro e descobre que, enfim, nada passa e nada vem, mas tudo é.

:::

E por falar em passar e vir, não canso de dizer – ou melhor, escrever – que fazer um blog é um exercício de vida, de entendimento do mundo e de si mesmo. Quem escreve sabe que a sensação que dá, quando termina-se um post, é a de que não há mais posts para vir à tona e que não haverá mais nada para se escrever. Mas amanhã sempre tem uma coisa. Amanhã ou depois, ou daqui a uma semana, não importa – isso depende do ritmo de cada um. Mas um próximo post sempre haverá. Porque a vida não pára nunca, porque ela escorre pelas teclas que toco agora, porque nossos milhões de sentidos percebem e sentem e têm essa necessidade deliciosa de se comunicar, por estarmos vivos em uma teia incessante de coisas. Inspirar-se, longe de ser um ato espontâneo, é resultado da observação incessante das coisas do mundo. A inspiração é fruto que se colhe pela curiosidade e encantamento pela vida, a flor que brota na mente, através dos olhos do coração, quando se tem uma postura receptiva diante da luz que ilumina tudo.

Escrever um blog, portanto, é experimentar nas letras o fluxo incessante que há na vida. É isso!

(e
você, já tá na hora de começar a escrever o seu!),