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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2005

Julgando Dr. G


Julgar é fácil. Difícil é entender. Essa história do doutor Rogério incomoda a todos, já notaram? Até a produção da Globo parece preocupada em refazer a imagem de bom moço que ele perdeu enquanto participava do programa - imagem para a qual a própria emissora contribuiu na busca dos pontinhos de audiência -, e no caso dele a situação é ainda mais frágil porque ele tem uma profissão que requer, acima de tudo, uma imagem que transmita confiança. Afinal, quem tem coragem de deitar numa mesa de cirurgia com Dr. G operando o bisturi?

Ontem, no Faustão, ele não cansava de repetir os mesmos chavões, tipo 'errar é humano' e 'cada cabeça é uma sentença' e no finalzinho da entrevista até arriscou dar uma de bom samaritano, reclamando do governo providências na área de saúde para crianças carentes. Totalmente deslocado, totalmente fake. Ficou claro que mandaram ele fazer aquilo, provavelmente algum assessor pessoal, provavelmente os pais, visivelmente preocupados coma situação do filho. Mas os olhos do Dr. G não negam, ele pode ser bom de muita coisa, mas o papel de Madre Tereza não cola. Embaraçoso.

Sinto muito por Rogério, sinto porque ele fez as escolhas erradas, foi arrogante e até ingênuo na maioria das vezes. Sinto pela sua imaturidade, sinto por ele ter escolhido o caminho mais difícil, sinto pela manipulação que ele exerceu nos seus súditos. Sinto pelo valor exacerbado que ele deu ao prêmio, esquecendo de valores muito mais valiosos como respeito e humildade. É constrangedor ver a cara lisa dele andando em Copacabana, soltando beijinhos e se auto-intitulando de 'pessoa maravilhosa', em reportagem armada pela Globo, não sei por que razão. É constrangedor vê-lo, no Faustão, puxando a brasa para sua própria sardinha ao dizer que foi ele quem diagnosticou o AVC em Marielza e dar explicações técnicas ininteligíveis, como se sua metalinguagem fosse de alguma forma minimizar tudo que ele disse e fez nos dias que passou na casa. Mas é mais constrangedor ainda ver seus pais repetindo que 'Rogério é um menino bom', claramente mais para eles mesmos do que para quem os assiste. Não queria estar nos sapatos destes senhores.

Mas acho que para todos nós tem uma lição nessa história toda, e é por isso que eu decidi fazer este post. Nós mesmos agimos muitas vezes como vilões na casa em que vivemos, no trabalho, na escola. Rogério não é, em (quase) nada, diferente da gente. Dr. G agiu como muitos de nós age pelo menos uma vez ou outra na vida. 'Não há deuses nem monstros, na realidade. Estamos todos em evolução', diz minha mãe. Ele só teve a infelicidade de estar cercado por câmeras que registravam cada olhar, cada gesto, cada palavra, 24 horas por dia. E provavelmente o azar de ter um editor de imagens que, para alavancar a audiência, deve ter escolhido as maldades mais escabrosas do doutor incauto para pôr no ar. Só davam ele e Naza, logo antes, na ficção. Naza é ficção, Rogério não. Não venha me dizer, Dr. G, que na casa você era uma coisa e na vida real é outra. Essa não cola. Assuma seus erros, não há nada demais nisso. Isso sim, talvez ajude a minar a sua aura de arrogância. E, além do mais, o povo vai acabar te esquecendo mesmo.

(Daqui, sinceramente, prometo não dar mais muita importância a essa história e, de fato, espero que Dr. G passe logo por essa tempestade e que tenha aprendido a lição. Quanto a nós, que provavelmente nunca teremos a chance de participar do BBB, tenhamos sempre em mente que existem, sim, câmeras nos observando. Câmeras até mais infalíveis que as da Globo.)