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segunda-feira, 17 de outubro de 2005

[batata quente]

Mas qual é o tipo de normalidade de coisas que esperamos para as nossas vidas? Não seria a normalidade, ela mesma, um tédio? Ou seria ela o conforto desejado, pelo qual lutamos a vida inteira, enfrentando tempestades para ir ao trabalho pela manhã, adversidades para encontrar um par, nove meses inteiros e mais uma vida para formar um descendente que possa herdar tudo que deixaremos para trás? Que tipo de normalidade é essa que nos deixa cada vez mais insanos, anormais até, ansiosos, estressados, em busca de tudo ao mesmo tempo e agora? Será que queremos mesmo a normalidade, ou será que nossos parâmetros estão confusos, perdidos, como este texto, e nossos atos já não possuem um sentido próprio, robôs de nós mesmos que somos? O que era essa normalidade há séculos, ou até mesmo no século que passou? Era ter dinheiro e estabilidade? Que tipo de estabilidade, quanto de dinheiro? Os parâmetros mudaram, estagnaram, ou são eles nós mesmos, os mesmos e antigos e mal-humorados descendentes esperados durante nove longos meses, renascidos, mas apenas reprogramados, recauchutados, refeitos e resignados? Querer a normalidade é uma resignação ou um ato de fé em uma mudança? Quem quer a normalidade quer uma mudança, ou a mudança se estabelece dentro dos padrões de normalidade, tornando-se normal na medida em que é aceita? Querer a normalidade é querer mudar ou querer tudo como está? É ir à praia aos domingos, cinema no sábado à noite, é ir à escola, alfabetizar os filhos, crer em Deus, saber uma oração de cor e rezá-la automaticamente todas as noites? É isso a normalidade? Querer a normalidade é querer mudar-se para o campo se moramos na cidade e vice-versa? A normalidade é a volubilidade humana, ela mesma, fazendo rodar o mundo, fazendo-nos ter a impressão de que nada aconteceu já desta mesma maneira de agora, será ela, a própria normalidade, a mola mestra da ilusão de que está no nosso cerne apenas a reação e jamais a criação de nós mesmos a cada instante?

(Acabei de comer batatas. Quentes, pegando fogo. Tê-las na mão: uma agonia extrema. Mas olhava para elas resignado e crente de que são necessárias as batatas quentes, elas nos movem. Passamo-as adiante, é vero, mas antes disso elas tratam de queimar nossas mãos e deixar marcas muitas vezes indeléveis, marcas que geralmente escondemos quando cerramos o punho, mas que impreterivelmente teremos de mostrar à cartomante - ela mesma: essa vontade nossa de dedilhar o futuro em música mágica -, e encarar de frente que algo mudou, alterou-se em nós pela queimadura que esquentou o sangue, os miolos, e fez novas linhas da vida ressurgirem quase magicamente em novos traçados e novos e profundos sulcos internos.)