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terça-feira, 24 de maio de 2005

O traç(t)ado do amor


O amor passa pelo caminho da amizade. Não posso conceber um casal que se ama mas não é amigo, não ri junto, não brinca de circo na cama com o lençol, não tem um apelido que irrita e outro carinhoso, não consegue ver no outro um confidente, um lenço, um receptáculo das alegrias e tristezas do seu dia. Falo isso porque, para mim, ter um amigo é sabê-lo para sempre - e não é isso que se quer quando se ama ? -, porque somente aqueles que pisam na bola feio e não sabem se comunicar direito perdem os amigos de verdade. Amizade dura mais que relação amorosa por que é realizada no caminho da liberdade e do respeito.

Não consigo conceber um relacionamento em que não há segredos participados, cumplicidades, medos revelados, coragens compartilhadas. Não consigo conceber um casal onde não há troca sem palavras pelo olhar apenas, consciência de que amor não detem, mas liberta, aceitação do diferente, vontade de estar junto, vontade de conhecer o mundo junto, de mostrar ao outro, por novos olhos, o que já se viu, o que já se tocou, o que já se sentiu. Não consigo conceber um relacionamento em que não existe respeito, em que a privacidade e o direito do outro não é respeitado, em que os gostos, os hábitos, a realização pessoal do parceiro são reprimidos ao invés de encorajados.

Não existe amor sem antes existir admiração mútua, troca de experiências, entendimento recíproco. Admirar é ver com os olhos bondosos da alma, porque não se admira apenas o belo, mas o esforço em tornar-se algo que se quer. Admira-se o caminho difícil que todos nós percorremos em busca do mínimo de auto-satisfação, autoconhecimento e consciência do quem nós somos.

O parceiro - o que reparte a cama - reparte também planos, projetos, sonhos - dos mais impossíveis sim, porque não? - reparte o bolo, dá a fatia mais deliciosa ao outro, e o entrega, admirando a escolha, a busca, o traçado que foi escolhido e que, com bom humor e leveza, pode tornar-se uma rua de mão dupla, belamente calçada de pedras lindas (confortáveis aos pés), rodeada de uma bela vista de horizontes sem fim (confortável à alma, que é eterna), povoada de pássaros livres (um alívio ao sonho de liberdade), com nuvens e sol abundante (certeza de água e de luz) e mãos dadas (certeza de que se tem ao lado uma fonte, um espelho, o que falta e que é a essência desenhada à nossa frente).

Aqui, nessa estrada que vejo, somos nós mesmos em movimento incessante, a versão inacabada de nós, a luz que refletimos. Somos, nesse instante, o outro que em nós vive e com nossas mãos percorre o caminho descrito. As mãos que se encontram e se unem são mãos de um mesmo ser, unicidade que se define pela busca da compreensão e da aceitação. Nessa estrada, quanto mais eu for o que eu sou e você o que é, mais ela será longa, perfumada e cheia de montanhas de picos sem fim.