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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2005

Trans

Sento-me diante dessa tela enganosamente translúcida, tela que me surpreende mostrando-me a mim mesmo. O mim-mesmo que vejo astutamente repete os meus gestos, como que tentando, por estratégias neurolingüísticas, conquistar-me. Não sei o quão perfeito são os seus gestos de imitador, mas sei que não podem ser assim tão indefectíveis, posto que não há dúvidas que o verdadeiro e tocável mim-mesmo encontra-se aqui, nessa cadeira que balança, igualmente repetida na imagem que vejo adiante. Tento captar a alma que noto na cadeira real, e ela lhe falta. A tela iluminada retira dela a alma; a energia que emana de mim e da cadeira é furtada pela sua luminosidade que só repete, mas não cria nada. Falo com essa criatura que nunca vi desse lado por pura lei da física. Apesar de lhe faltar a vida que emana desse ser que toco aqui, a sua familiaridade me é útil. Só repete o que eu mesmo digo, mas vejo nos seus olhos as palavras que ainda não foram ditas, o futuro de mim se aproximando, um olhar prestes a revelar uma verdade. Diálogo irreal este. Dialogo com um reflexo sem alma, vendo em seus olhos a geração de um futuro, reflexo do que eu mesmo gero, mas inacessível a mim. Parto em direção ao toque, mas o irreal é intátil: ele transforma-se imediatamente em superfície gelada, corroendo os dedos e confirmando o material de que é feito: pura ilusão. Inventaram essa tela, como eu inventei essa imagem que tenho de mim.

(Queria mesmo era ver que imagem minha reflete a tua íris. Inatingível íris essa a tua – estamos nela, eu e minha alma. É muito difícil se saber presente em um lugar cujo acesso não há senhas que abram.)
Hoje, dois posts!