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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2005

É bonita, é bonita e é bonita.


'Viver e não ter a vergonha de ser feliz, cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz. Eu sei que a vida devia ser bem melhor e será, mas isso não impede que eu repita: é bonita, é bonita e é bonita.' (Gonzaguinha)

Gonzaguinha insiste que a vida é bonita. Eu também. E os dois milhões de pessoas que dançaram, pularam e gritaram nas ruas da Cidade da Bahia nos últimos seis dias com certeza não pensam diferente. O que eu previ aconteceu: só felicidade. Houve horas em que eu gritei e pulei tanto e tão alto, que parecia que eu queria forçar os deuses da felicidade a me ouvirem. Bobo, eu: eles são os próprios organizadores da festa. Bastava um pensamento dos mais breves para que eles tivessem a certeza do quanto eu consagrava aquele momento. Abria os braços, pulava como que testando até onde iam as forças dos meus tendões. O momento mais especial foi, sem dúvida, a pipoca de Daniela Mercury, que seguiu em paz da Barra até Ondina na segunda-feira. Que pipoca, que puxadora de trio. Garanto que é o melhor da festa. Primeiro porque não se paga, segundo porque é com a Rainha, terceiro porque as pessoas que seguem o trio, sem cordas, só estão de fato dispostas a se divertir, brincar, rir. É fato que passam uns mal-educados de vez em quando, querendo atrapalhar a sintonia, mas eles só passam. Nós, da paz, ficamos. Ou melhor, vamos atrás do trio. Porque afinal de contas, não estamos mortos.

DESTAQUES

CONFISSÃO NA AVENIDA

Daniela confessando que gostaria de tirar aquela roupa cheia de apetrechos e descer do trio, como uma folia normal, para dançar. Fantasia pura. Ela, coitada, jamais experimentará a sensação de ser animada por ela mesma. Não achem que ela falou isso para 'fazer linha' ou 'agradar o público'. Via-se que era de coração.

BEIJAÇO

Dois homens se agarram num beijo demorado na pipoca, em frente ao camarote do Nana. Uma galera (eu nela) começa a gritar 'beija, beija'. Eles, encabulados, olham para os lados, para cima, olham para os velhos e para seus olhares mais conservadores no camarote, miram as pessoas no chão e ao lado deles e, ato contínuo, tascam outro beijo na boca, demorado, não sei se de fato apaixonado ou apenas um simples beijo de recém-conhecidos no carnaval. Dois pierrots. Platéia em 360 graus. Palmas, mais palmas. O camarote inteiro aplaudindo, até um senhor que, de início, achei que cuspiria nos dois. Cheguei próximo a eles e, com braços esticados fiz o movimento vertical que indica reverência. Mereceram pela coragem e ousadia. Palmas também para o camarote, que podia ter simplesmente feito caras e bocas, ou até vaiado.

(Mas, pensando com meus botões, no carnaval é fácil aplaudir o que causa estranheza. Eu queria mesmo era ver dois homens ou duas mulheres, de mãos dadas que fosse, passeando pelo centro da cidade, em plena segunda-feira de tarde, serem ignorados, como ignora-se o lugar-comum, o natural. Sem aplausos, sem destaques. Sem aquela fantasia que encobre no carnaval o que os moralistas acham ilícito, provocando até aplausos como aqueles que se dão no circo, diante da mulher de barbas ou do palhaço. Lá, como no carnaval, aplaude-se o que não caberia nem faria sentido na vida real.)

NOS ARES

O camarote de Daniela Mercury literalmente voou de segunda pra terça. A força dos ventos que vieram com a chuva foi tamanha, que o teto subiu aos ares. Meu amigo César Bedutti (how do you spell it????) deu a explicação mais plausível: 'Daniela reverenciou Iemanjá e Oxum no dia dois e esqueceu de reverenciar a Rainha dos Ventos e das Tempestades, Iansã'. Será? Mistérios da Bahia. Só sei que, se existe um Orixá que protege os organizadores de eventos, ele com certeza esteve presente nas menos de vinte e quatro horas em que a produção de Daniela conseguiu (pasmem!) relocar e refazer toda a infra-estrutura - nada modesta - do camarote da Rainha.

PURIFICADO

Chuva, suor, exceto cerveja, porque não bebo. Muita chuva na segunda-feira e ontem. Ontem foi chato, segunda foi excelente. A chuva e o carnaval são dois purificadores de alma por natureza. Juntos então, fazem jus à velha expressão que diz: 'Lavei a alma'.

CINZAS

Sabe fim de festa boa? Todo mundo já deu uma festa em casa e olhou depois para o cenário onde tudo aconteceu com aquela saudade, aquela vontade de viver tudo de novo... imaginem isso em uma cidade inteira. Cheiro de ressaca, barulho de ferros sendo tirados dos camarotes, gente bêbada na rua, talvez ainda esperando um trio que só vem daqui a um ano, chuva, céu nublado e mar revolto. As cinzas chegaram e, com elas, a vontade de riscar do calendário esse pós festa, esse regresso lento à normalidade.