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quinta-feira, 11 de novembro de 2004

As onze horas e o amor de uma vida inteira

" O amor é a vida acontecendo no momento: sem passado, sem futuro, presente puro, eternidade numa bolha de sabão."
(Rubem Alves)
E entregaram-se um ao outro num gesto de gratidão. Os olhos se agradeciam a visão daquele momento. Era como se devessem um ‘muito obrigado’ ao universo por tê-los posto um no caminho do outro naquele instante – e era acalentador saberem que sempre dividiram o chão do mesmo mundo.

- O que está acontecendo comigo? Você deve estar brincando com essa situação toda. As perguntas eram de incredulidade. A complexidade do momento lhes levava a dúvidas e incertezas. O que acontecia ali não pertencia à esfera dos sentimentos simples. Numa hora dessas, humanos que eram e acostumados que estavam às sentimentalidades instantâneas, não havia outra reação disponível.

Não demorou muito – mesmo porque não tinham mais do que onze horas pela frente - para começarem a acreditar no encontro. Não trocaram juras de amor por pura falta de palavras, não marcaram o próximo encontro porque faltava ao momento esperança, porque o amanhã deles ia ser em lugares distintos. Fotografavam-se com a ansiedade dos momentos breves, contavam nos relógios como prisioneiros que esperam a forca, como o marinheiro que espera a hora de zarpar e deixar pra trás outro cais, como mãe que espera o parto.

Ao fim de onze horas o encontro acabou, os olhares partiram pra distante. Ficou a memória e a questionável certeza de um dia se verem de novo. Alguma coisa tinha mudado, e eles sabiam, lá no fundo, que em cada uma das suas almas uma ferida se abrira e outra tivera sido estancada (como tudo na vida, um grande amor segue também a lei das compensações).

Um sentou-se no avião. O outro, voltou ao estacionamento e pegou o carro (não pôde deixar de sentir um cheiro diferente no ar). Um voou para seu mundo de chocolates e frio intenso e ruas limpas. O outro, que naquelas onze horas nem sequer tinha tirado os pés do seu próprio mundo, cenário daquele encontro, só precisou sair do transe e viajar de volta à realidade. Uma vida seguiu um rumo. A outra continuou no mesmo rumo. Agora, o que lhes restam são dois pensamentos em um, dois momentos em um, duas pétalas na mesma tulipa. O que lhes restam são dois sonhos que hoje partilham, apenas, o mesmo universo.

(Mas ainda há a esperança, e não esconderei de vocês a notícia do novo encontro. Porque na vida das incertezas, só o amor pode ter razão e paciência, só o amor reconhece o impossível como possível. Porque a chave de suas esperanças está em dividirem o mesmo céu, por vezes estrelado, por vezes azul, por vezes cinza. Mas o mesmo céu, do mesmo universo.)