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segunda-feira, 22 de outubro de 2007

[a falta]

Pelo ranger das fortes cordas de aço sei que é você que ascende até mim. No quarto apertado, no prédio antigo, de já tantos anos, não consigo senão sentir, com aquele velho ranger, a ancestralidade dos amores que já tantas vezes desceram e subiram e naquela velha caixa. Não importa o ranger, o barulho incômodo, o espaço mínimo para tantos corpos. O que importa mesmo é a altura a que nos leva. O que importa é que o ranger do aço me avisa da tua possível chegada. E quando a porta enfim se abre nesse que é o andar do nosso ninho, eu sei, pelo ranger dos teus sapatos velhos em contato com o chão que tanto já te sentiu pisar, que é você que vem.
Não sinto falta do cheiro que emana das moças ricas e dos rapazes novos. Não sinto falta da paisagem deslumbrante da cidade, ou dos artistas cantantes nos espetáculos em palcos imensos. Falta sinto da imensidão do cheiro do inverno e do teu cheiro misturado a tudo isso. O cheiro da fronha antiga na nossa cama, o cheiro da quitanda ao lado: eu descendo o velho elevador e comprando o nosso pão. Não me faz falta o óbvio. Falta me faz a simplicidade de te ter. Falta me faz a música que era nós dois em compasso com tudo isso, e a harmonia que tudo era, somente para os nossos sentidos.