[lying on the couch]
O autor do livro é Irvin D. Yalom, Wilker. Ele é ainda o autor de ‘Quando Nietsche chorou’ e ‘A cura de Schopenhauer’. O nome é ‘Mentiras no divã’. Um livro bem interessante sobre terapia, que percorre os caminhos das mentes do analista e do analisado, as mentiras, as fraquezas humanas, além de dar ótimas dicas (?) a respeito do que é o processo. Caiu nas minhas mãos em um momento interessante, em que estou fazendo terapia e cada vez mais apaixonado pelos mistérios do inconsciente. Não se trata de nenhuma obra-prima. O livro é apenas bem escrito, tem uma trama interessante, mas para ser uma obra-prima, um livro inesquecível, o autor teria de ter um estilo. Não há sequer resquícios de estilo na forma como ele escreve.
Há revelações interessantes. Há discussões sobre ética, transferência e contratransferência (a identificação do analista com o analisado). É interessante observar que as fraquezas humanas estão em todos – inclusive nos analistas (!!), mas que a técnica ajuda a disfarçá-las. Isso é o que mais me instiga no livro: a discussão acerca do quanto do analista pode revelar-se ao analisado, questionamento que acredito ser, talvez, o mote central do livro – ao que tudo parece, já que li apenas 55% do total.
Pessoalmente, não gostaria de saber nada a respeito da minha terapeuta. Assumo que é bom para mim estar alheio aos problemas que ela possui, é bom para mim vê-la como um ser imune a intempéries. Ajuda no processo. Ernest, o personagem principal do romance, pensava assim até um certo momento. No ponto em que estou, ele resolve testar a honestidade total com uma de suas pacientes – tudo indica, uma escolha erradíssima de cobaia – e permitir-se revelar diante dela. Até perguntas ela está livre para fazer. A única restrição a essa diretriz de honestidade absoluta é a seguinte: seja honesto na medida em que isso for útil ao relacionamento com o paciente.
E a pergunta fica: nas nossas relações até que ponto essa diretriz deve nos guiar?
Há revelações interessantes. Há discussões sobre ética, transferência e contratransferência (a identificação do analista com o analisado). É interessante observar que as fraquezas humanas estão em todos – inclusive nos analistas (!!), mas que a técnica ajuda a disfarçá-las. Isso é o que mais me instiga no livro: a discussão acerca do quanto do analista pode revelar-se ao analisado, questionamento que acredito ser, talvez, o mote central do livro – ao que tudo parece, já que li apenas 55% do total.
Pessoalmente, não gostaria de saber nada a respeito da minha terapeuta. Assumo que é bom para mim estar alheio aos problemas que ela possui, é bom para mim vê-la como um ser imune a intempéries. Ajuda no processo. Ernest, o personagem principal do romance, pensava assim até um certo momento. No ponto em que estou, ele resolve testar a honestidade total com uma de suas pacientes – tudo indica, uma escolha erradíssima de cobaia – e permitir-se revelar diante dela. Até perguntas ela está livre para fazer. A única restrição a essa diretriz de honestidade absoluta é a seguinte: seja honesto na medida em que isso for útil ao relacionamento com o paciente.
E a pergunta fica: nas nossas relações até que ponto essa diretriz deve nos guiar?