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terça-feira, 25 de janeiro de 2005

Remind me - parte 2

Amigos não me deixem esquecer que a vida é pra ser vivida a 100 por hora, que uma tempestade momentânea não pode abalar sonhos, que sonhos nunca podem nem vão ser inúteis e que a atitude que tenho diante dos meus problemas é que é a chave principal para a minha felicidade. Pois que venham tempestades, abandonos, risos falsos, desprezos, venham com força porque aqui mora um gigante inabalável – que tremula sim, muitas e muitas vezes, mas que está dentro de uma base sólida, forte como concreto que segura prédio de mil andares. Não temo a vida e por isso me dôo o quanto posso. Não temo o amor e por isso ele chega e sai de mim em abundância. E não me deixem esquecer também que é o tempo que desata os nós, que é por causa do tempo que hoje eu rio dos rios que passaram na minha vida um dia como tsunamis e que hoje, voltando a eles, não passam de córregos quase secos. Quantas vezes vou ter de gritar para o mundo que desistam, pois eu não pretendo parar por aqui, porque minha crença na minha felicidade não depende das experiências que tenho, tive ou ainda vou ter, porque eu já sou feliz e estou apenas tentando acessar isso tudo? Pois, se preciso for, escreverei mais mil linhas, darei mais mil gritos com minha garganta de aço, subirei nas montanhas mais altas e repetirei, em belo e bom som, que não há nada que me desfaça os sonhos, não há nada que possa me fazer desistir de mim, da minha luta por um sorriso perene. Ninguém precisa me lembrar, no entanto, que eu também tenho os meus medos, e o de perder é um deles, mas o medo chega e depois só vejo que ganhei mais uma borboleta no meu jardim, mais uma flor que desabrochou simplesmente por que a sua hora chegou. A minha parte eu tenho feito: tenho cuidado do meu jardim com esmero. Não afasto nem os insetos: preciso deles por perto para alimentar os meus sapos, mesmo que depois, gordos de tanto alimento, eu tenha de engolí-los com um sorriso abafado.

(cansado de tanto dizer o quanto amo, fecho meus olhos, meus arquivos, minhas dores, deixo que acessem os outros sonhos que possuo, como que disposto a trazer à boca um juramento de verdade eterna e sustentável apenas pelo gesto sutil do tempo. Que se façam presentes, então, todas as verdades, até as mais cruas e doídas, mas não se façam ausentes as mentiras, porque delas preciso para responder as perguntas que me faz o mundo...)