<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d8639429\x26blogName\x3dDi%C3%A1rio+Evolutivo\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dTAN\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://evoluirefluir.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_BR\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://evoluirefluir.blogspot.com/\x26vt\x3d-7690663095198134269', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>







terça-feira, 27 de dezembro de 2005

[virar a esquina]

Ontem fui a um velório. Velório de gente feliz é outra coisa. O pai morre e a filha, ainda de olhos vermelhos, porque apesar da alegria, a dor existe, solta bons humores, sorrisos verdadeiros. O pai, já defunto, sorri no caixão, parece não se importar com aquelas flores que devem coçar a pele da alma. A viúva, na hora dos pêsames, diz que está tudo bem, meu filho, e sua família, como está, vai fazer uma visita um dia desses, e continua o papo com as outras senhoras. Ouve-se um zum-zum-zum na sala, bate aquele vento frio e do lado de fora os homens resenham o dia. Eu, prostrado na porta da frente, vendo a cena, quase não acredito, mas a minha alma sim, porque ela sabe que a morte sequer existe, e insiste em dizer, Leo, o que vale é sorrir, você sabe que ele está bem, e tudo em breve estará no ritmo dos velhos passos, um dia será você, eu mesma é que não irei nunca. E me cochichou, com um sorriso-d’alma, bem baixinho, quase no mesmo tom do vento que soprava, que é preciso entregar-se a essa eternidade que não se vê com esses olhos que um dia viram pó, mas se sente no sorriso leve e quase encantado da viúva com o vestido cor azul-piscina, pronta para dar o breve adeus ao homem que povoou de sonhos a sua existência inteira.