[uma praça com eu ausente]
Contemplar é contemplar-se, porque quem contempla no sentido maior da palavra vê a si mesmo, entra no mundo que é de dentro e se reencontra com uma essência que vivia morta ou adormecida ou entorpecida pelo barulho do eco que vem lá de fora. A contemplação é irmã do silêncio e este é condição para aquela. Não existe contemplação fora da calmaria da não-palavra. Contemplar exige ânimos acalmados, mente serena, voz rouca e baixa, sussurros, floresta virgem, mar e barco lá no infinito a navegar.
Quem contempla aprendeu a arte da conquista, aprendeu a ver com os olhos da alma e não da mente, aprendeu a ter acesso ao conhecimento invisível aos olhos e ouvidos racionalizados, doentes, impregnados de carne morta.
Contemplar é movimentar-se rumo ao encontro maior. Um dia eu aprendo.
Contemplar é movimentar-se rumo ao encontro maior. Um dia eu aprendo.