Pequenas cenas de amores e desencontros
- Não tenho medo da vida. Ela me abastece de promessas a cada dia.
- Não acredito nas promessas que a vida me faz.
- Há de acreditar.
- Estou cheio de decepções.
- Mas essa é uma das promessas da vida.
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- Quanto tempo nos resta?
- Algumas horas.
- Quando nos veremos de novo?
- Em quatro meses. Mais quatro meses e vamos nos rever e retomar nosso amor.
(Retoma-se o amor?)
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- Estás aqui?
- Estou.
- Mas não te sinto.
- Sou como o vento, como uma brisa suave. Te toco, mas não me vês.
- Eu sinto o vento. A ti sequer sinto.
- Mas a minha transparência atravessa a tua pele.
- Nada me atravessa. Meus sentidos me protegem.
- Talvez por isso não me sintas.