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sábado, 30 de outubro de 2004

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Vou sair por aí. Vou voltar para meu mundo de gramas verdes e areias brancas e praias de águas azuis e doce de abóbora na colher e café-na-casa-da-vó. Vou pra o lugar do mundo que mais me viu despido, que mais me viu juntar forças e chorar nos dias da minha adolescência. Vou voltar pra o lugar onde nasceu mim-mesmo. O lugar distante do barulho que as ruas fazem, o barulho que este teclado faz, o barulho que eu faço em mim. Vou voltar-me para o silêncio, vou estar no seio da minha família, não no sentido estrito, mas família de árvores, de águas, de sóis escaldantes, de gente simples. Não resistirei ao banho de cachoeira que purifica, não resistirei a uma caminhada no vale dos índios, não resistirei e me atirarei na Lagoa Azul, mais linda que no filme mesmo, por ser de águas sem sal. Não resistirei e contemplarei o contraste do verde das palhas dos coqueirais com o azul anil do céus. As lavadeiras... ah, estas terão de repetir mais uma vez suas histórias, por que eu quero mais uma vez entrar na solidão de suas vozes. Não resistirei e sairei andando à noite, embaixo de um céu mais estrelado que qualquer outro céu de qualquer outro lugar, e não poderei deixar de lembrar do dia que, ainda criança, me disseram que o céu nada mais era do que uma lona de circo, usada, muito usada, porque aquilo a que a gente chama de estrelas são na realidade seus furos. Não vou passar por caminhos que cruzei com meus amores relâmpagos, ou lembrar de tempos passados. Vou deixar que venham até mim as lembranças, que venham e me invadam, como já me invadem estes sons do passado, que vêm e vão, vêm e vão. Terei o prazer, o grande prazer, de passar três dias de paz em Baixios. Volto em breve, talvez mais falante, talvez mais calado. E se o silêncio se fizer, é porque não há nada para ser dito. Imaginem então a paisagem mais linda que já viram, o sol mais brilhante, a água que mais limpa, e saberão o que o meu silêncio contempla.